Título: Assassinatos na Rua Morgue e outras histórias (Murders in the Rue Morgue and other stories)
Autor: Edgar Allan Poe
Páginas: 160
Editora: L&PM
O conto que abre o livro é O demônio da perversidade. O começo é arrastado, porque o personagem discorre sobre a perversidade do indivíduo, uma forma de "enrolar" até chegar à sua história, narrada rapidamente. Ele explica como matou e como chegou onde está, como, talvez, um demônio o incentivou a confessar seu crime. O que acontece é que sua mente remoía tudo, ele já não suportava mais e precisou de uma desculpa.
Em Hop-Frog ou os oito orangotangos acorrentados Poe mostra mais uma vez toda a maldade contida no ser humano e como o outro lado, o que sofre, prepara sua vingança. Hop-Frog (rã saltadora) é o apelido de um anão que foi arrancado de sua vida para ser jogado para alegrar um rei sem escrúpulos. Algumas descrições do que o rei fazia com o seu anão fazem o leitor se sentir mal e sentir pena.
“Não sei se as pessoas engordam porque fazem gracejos, ou se existe alguma coisa na própria gordura que predispõe a pessoa à jovialidade.”
O gato preto continua repugnante a cada leitura. O narrador gostava tanto de seu gato, até que um dia esse homem muda totalmente suas atitudes e passa a fazer atrocidades com o animal. Mas a natureza também sabe o tempo certo de cobrar a conta.
Assassinatos na rua Morgue (1841) é simplesmente o conto que dá início às narrativas policiais! A sinopse diz que sem esse conto, "não haveria Sherlock Holmes (Conan Doyle, 1887), Hercules Poirot (Agatha Christie, 1920), Padre Brown (G. K. Chesterton, 1911)” e muitos outros.
E vemos em Sherlock Holmes a essência do personagem Dupin: "Já comentei antes que os caprichos de meu amigo eram numerosos."
Há um crime muito estranho que precisa de respostas. "A desordem espantosa da sala, o cadáver empurrado, com a cabeça para baixo, pelo cano da chaminé, as terríveis mutilações sofridas pelo corpo da velha senhora."
Dupin examina os detalhes. Ele "foi o primeiro investigador a confiar primordialmente na dedução a partir de fatos observáveis", diz P. D. James em seu livro Segredos do romance policial (Talking about detective fiction, Editora Três Estrelas, 182 páginas, 2012).
“Mistério do quarto trancado (loocked room mystery) é um gênero de histórias policiais em que o crime é cometido de tal maneira que parece impossível esclarecer como possa ter acontecido.”
Assassinatos na Rua Morgue e outras histórias (Murders in the Rue Morgue and other stories, Editora L&PM, 160 páginas, 2018) é uma edição de bolso que conta com vários contos clássicos, além dos resenhados, também estão: Os fatos que envolveram o caso de Mr. Valdemar e Nunca aposte sua cabeça com o Diabo.
Edgar Allan Poe nasceu em 1809 em Boston, nos Estados Unidos, escreveu diversas histórias fantásticas que inspiram os maiores autores do gênero. Morreu em 1849, pobre e sozinho.
Desde que comecei a me interessar pela literatura policial escuto que esse é um gênero menor. Talvez quem afirme isso não entenda o quanto é divertido ler e tentar descobrir quem é o culpado, como tudo chegou àquilo... E o quanto de temas há, com pesquisa e a inteligência de seus autores e personagens. Ou acompanhar o culpado, no caso dos anti-heróis Tom Ripley, de Patricia Highsmith, e Lupin, de Maurice LeBlanc.
Talvez seja mais interessante ver a reação e recepção do público leitor.
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