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Histórias que nosso Cinema (não) Contava

Por: Rafael Saraiva
O filme “HISTÓRIAS QUE O NOSSO CINEMA (NÃO) CONTAVA”, dirigido por Fernanda Pessoa, tem sua pré-estreia em Salvador marcada para 16 de agosto às 19h. O evento, seguido de debate com a diretora e os críticos João Paulo Barreto e Adolfo Gomes, acontecerá na Sala de Arte, no Cinema do Museu.  Os ingressos custam R$ 23 (inteira) e R$ 11,50 (meia).

O longa realiza uma releitura histórica da ditadura militar no Brasil, com foco nos 1970, a partir apenas de imagens oriundas de 27 filmes produzidos no período e que foram considerados “pornochanchadas”, o gênero mais visto e mais produzido durante a década de 70. A estreia no circuito comercial está marcada para 23 de agosto.

HISTÓRIAS QUE NOSSO CINEMA (NÃO) CONTAVA é um documentário de montagem, ou de remploi, feito inteiramente com imagens e sons das pornochanchadas, sem entrevistas ou off. Temas como a luta armada, a violência do Estado, o milagre econômico, a “era de aquarius” e a modernização do país são abordados de forma divertida e inusitada, através de uma montagem criativa e associação inesperada de imagens.

HISTÓRIAS QUE NOSSO CINEMA (NÃO) CONTAVA relembra e analisa um período histórico brasileiro através da sua produção cinematográfica hegemônica, provocando uma reflexão não somente sobre o período histórico retratado, mas também sobre o próprio cinema enquanto construtor da história e da memória coletiva.

Anotações Sobre o Filme por Fernanda Pessoa

“Sem ter vivido o período da ditadura militar, já que nasci um ano após a abertura democrática, encontrei nos filmes nacionais do período um grande material histórico, ainda pouco analisado dentro desta perspectiva. Aprendi muito sobre o período assistindo a esses filmes e é essa visão que pretendo mostrar ao espectador, partindo de um conhecimento empírico vindo do próprio cinema. Do chamado “milagre econômico” à repressão e às torturas, tudo foi retratado pelo cinema popular da época, implícita ou explicitamente.

De uma pesquisa inicial de mais de 150 filmes, foram selecionados 27 títulos. Foi realizada uma pesquisa intensa com diversas instituições e pessoas para conseguir encontrar o maior número de filmes produzidos nessa época. Essa difícil busca revelou o quanto a memória do cinema nacional não está sendo preservada. Filmes de importância histórica e estética não estão disponíveis ao público. Por isso, um grande objetivo é trazer à luz a filmografia da chamada pornochanchada – muitas vezes esquecida ou rejeitada.

Durante um ano e meio, viajei com o filme para festivais no Brasil e em países tão diversos como Grécia, Índia, França e Sérvia, tendo reações surpreendentes: na Grécia, o público de identificou muito e percebi que somos mais parecidos do que imaginamos, na Índia o filme causou grande polêmica e debates sobre censura e mudanças de costume, etc. Estou muito feliz que o filme finalmente chegue ao público em geral, o que sempre foi um grande objetivo durante a realização, já que a “pornochanchada” sempre teve um diálogo muito grande com o público “não especializado”.”

Sobre a Diretora

www.pessoafernanda.com
www.historiasquenossocinema.com

Cineasta e artista visual, Fernanda Pessoa trabalha principalmente com cinema documental e videoinstalações. Vive e trabalha em São Paulo, e morou no Arizona, em Buenos Aires e em Paris, onde realizou seu mestrado em Audiovisual na Sorbonne Nouvelle. Dirigiu curtas com exibições internacionais e realizou exposições individuais e coletivas. Em 2016, realizou no MIS-SP a videoinstalação Prazeres Proibidos, sobre a censura aos filmes de pornochanchada durante o regime militar.Em 2017, finalizou seu primeiro longa documental, “Histórias que nosso cinema (não) contava”, exibido em mais de 20 festivais nacionais e internacionais e ganhador de seis prêmios. Atualmente, finaliza seu segundo longa documental, “Zona Árida” e trabalha em um projeto selecionado para a Residência Labmis.

 

"Um dos acontecimentos mais significativos deste ano no ramo das artes"
Inácio Araújo, Folha de São Paulo.


"Brilhante trabalho de montagem"
Cahiers du cinéma nov. 2017.


Ficha Técnica

DIREÇÃO E CONCEPÇÃO:  Fernanda Pessoa
PRODUÇÃO: Julia Borges Araña, Alice Riff e Fernanda Pessoa
SOM: Érico Theobaldo e Ignácio Sodré (Coletiva Produtora)
MONTAGEM: Luiz Cruz
SOUND DESIGN E MIXAGEM: Érico Theobaldo (Coletiva Produtora)
FINALIZAÇÃO: Quanta Post
PRODUTORA: Pessoa Produções
COPRODUTORA: Studio Riff

Lista de Festivais e Prêmios

Prêmios

Festival de Cine Lima Independiente:
Menção Honrosa na Competitiva Iberoamérica Ahora
Semana (ex-Semana dos Realizadores):
Melhor Filme pelo Júri da Crítica
Semana (ex-Semana dos Realizadores):
Prêmio IndieLisboa
Festival Pachamama Cinema de Fronteira:
Melhor Filme
Festival de Caruaru:
Melhor Roteiro
Femcine:
Menção do Juri

Festivais

20a Mostra de Tiradentes (Mostra Aurora)
19th Thessaloniki Documentary Festival (Competição Internacional)
29e Cinélatino Rencontres de Toulouse (Competição de documentário)
Festival du Nouveau Cinéma (Competitiva Panorama International)
DocLisboa (sessão Heart Beat)
Pirenópolis Doc (Mostra competitiva nacional)
Mostra CineBH (Diálogos Históricos)
Festival de Brasília (Mostra 50 anos em 5 (dias) - Registros de uma história)
Festival de Cine Lima Independiente (Competitiva Iberoamérica Ahora)
3 Margens: Festival Latino-Americano de Cinema
Festival Brésil en Mouvements
Semana dos Realizadores (Mostra competitiva)
Festival de Caruaru (Mostra Competitiva)
Panorama Internacional Coisa de Cinema (Panorama Brasil)
Festival Pachamama Cinema de Fronteira (Mostra Competitiva)
Festival Internacional de Cinema da Fronteira (Mostra Competitiva)
22nd International Film Festival of Kerala (Focus Brazil)
Femcine 8 (Competição internacional)
Beldocs International Documentary Festival do Belgrade
Mostra Internacional de Cinema de São Luis (Mostra Competitiva)
Semana de Cinema Brasileiro da Cinemateca de Bogotá
Festivais Confirmados (2018)
Festival de Cine Radical (Bolivia)
Corriente:Encuentro Latinoamericano de Cine de No Ficción (Peru)
Women Make Waves Film Festival (Taiwan)

Produtoras

Pessoa Produções é uma produtora paulista focada em cinema, vídeo e videoinstalações. Fundada em 2014 pela diretora e produtora Fernanda Pessoa, produziu quatro curtas, exibidos em festivais nacionais e internacionais, como Mostra de Tiradentes, Close, Super off – Festival Internacional de Super 8 e Santo Domingo Outfest, além de video-clipes para cantores e bandas, como Tatá Aeroplano e Bruna Caram. "Histórias que nosso cinema (não) contava" é sua primeira produção de longa-metragem.

Studio Riff  é uma jovem produtora audiovisual brasileira com foco em documentário, que tem se destacado pela qualidade de seus trabalhos. Seus conteúdos para Cinema, TV e internet tem ganhado destaque, participando de importantes festivais nacionais e internacionais e recebendo prêmios. Produziu o longa metragem documental “Meu corpo é político”, que estreou no festival Visions du Reel, na Suíça, e foi selecionado nos festivais BAFICI, Olhar Internacional de Cinema de Curitiba e Torino LGBT Filme Fest.Trabalhos como “Orquestra Invisível Let’s Dance”, “100% Boliviano, Mano”, “Cidade Improvisada”, “Como se fosse da família” e “Dr. Melgaço” são algumas das produções da produtora que discutem questões sociais contemporâneas trazendo reflexão crítica e com forte potencial de diálogo com o público.
Agenda
https://www.cinehorror.com.br/agenda/historias-que-nosso-cinema-nao-contava?id=111
| 725 | 10/08/2018
O filme "HISTÓRIAS QUE O NOSSO CINEMA (NÃO) CONTAVA", dirigido por Fernanda Pessoa, tem sua pré-estreia em Salvador marcada para 16 de agosto às 19h. O evento, seguido de debate com a diretora e os críticos João Paulo Barreto e Adolfo Gomes, acontecerá na Sala de Arte, no Cinema do Museu. Os ingressos custam R$ 23 (inteira) e R$ 11,50 (meia).
VEJA TAMBÉM

Sessão Double Bill - Paris nos Pertence / Morrer aos 30 Anos

"Paris nos Pertence", longa de estreia de Jacques Rivette, e o documentário "Morrer aos 30 anos", de Romain Goupil; são as atrações da sessão do dia 26 de agosto, às 10h. Um ingresso dá direito a ver os dois filmes.

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