1 - Olá Ana, você poderia se apresentar para nossos leitores?
Meu nome é Ana Coelho, sou estudante de terceiro ano na SCAD, Savannah College of Art and Design, cursando Produção de Cinema e Televisão! Trabalho principalmente como roteirista e diretora. Sou curitibana, e me mudei para os EUA em 2022. Desde então, tive a oportunidade de me desenvolver como cineasta. Considero meu próximo projeto, “Where the Wicked Prosper”, a culminação dos meus esforços.
2 - O que te motivou a estudar cinema?
Muitos diretores nasceram sabendo que trabalhariam com cinema. Não é o meu caso. Eu sempre fui apaixonada por todas as artes. Escrita, fotografia, música: sempre fiz de tudo (com graus variados de sucesso.) Para mim, o cinema representa a união de tudo que a arte pode dar, e que posso dar a arte. Escolhi estudar nos Estados Unidos pelo tamanho da indústria de cinema, mas meu sonho sempre foi voltar ao Brasil e fazer cinema brasileiro.
3 - Algum gênero ou obra favorita?
Demais para enumerar, mas vou tentar! Alguns dos meus filmes favoritos incluem “Les Yeux Sans Visage” (1960, “Olhos Sem Rosto”), “Phantom Thread” (2017, “Trama Fantasma) e “L’Évenement” (2017, “O Acontecimento”). Gosto muito do terror que externaliza o psicológico, e “Where the Wicked Prosper” não é diferente.
4 - Nos conte sobre seu projeto “Where the Wicked Prosper”.
“Where the Wicked Prosper” segue Francis, um ex-soldado da Primeira Guerra Mundial que, após um acidente de carro, se encontra em uma mansão onde a realidade e a ilusão se misturam. O curta é uma adaptação da peça “A Tempestade”, de William Shakespeare.
5 - É sua primeira obra ou você já tem experiência em outras produções?
Aqui em Savannah, estou no set toda semana! Já participei de dezenas de curtas, em várias posições. O mundo da produção do cinema é um completo mistério para quem não trabalha na área. Entrar em um set é como viajar a outro continente, tudo muda. A língua, os costumes, a hierarquia. A passagem do tempo é diferente. Uma cena pode levar onze horas, mas a energia faz parecer em minutos. Assim aguentamos os dias de 12 horas, com uma pausa de 3o minutos. Se não for uma filmagem noturna, você já se considera sortudo.
6 - O que motivou você e sua equipe a explorarem essa temática “gótica sulista”?
Eu nasci e cresci em Curitiba, e o outro diretor, Joey, na Flórida. Quando nos mudamos para a Geórgia, fomos enfeitiçados pela paisagem natural. Não é a toa que Savannah é considerada a cidade mais assombrada dos Estados Unidos. O nevoeiro, os pântanos, o musgo espanhol: tudo se inclina ao gótico. “A Tempestade” é considerada uma “comédia” de Shakespeare, mas há muito de sinistro no texto: um naufrágio, uma ilha deserta, bruxas e vingança. Percebemos que poderíamos mesclar nossos interesses em uma obra inusitada.
7 - E quais os maiores desafios em participar de um projeto desse escopo?
Arrecadação de fundos! Somos uma produção independente, nenhum estudio está nos bancando, e filmes custam caro! Principalmente quando se tratam de filmes de época, em película. Por isso, estimamos que os custos chegaram a oito mil dólares, aproximadamente 36.000 reais. Uma porção virá do lucro de eventos, mas nossa campanha online no Indiegogo deve ser nossa maior fonte para o orçamento. Considere doar qualquer valor!
8 - Agradeço muito pela atenção, e espero que o projeto se realize do jeito que vocês imaginam. Nós do CINE HORROR ficamos felizes em ajudar no que for possível.
E você leitor, que gostou do projeto de Ana, segue o link para apoiar: https://www.indiegogo.com/projects/where-the-wicked-prosper
