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CINE HORROR entrevista: Maria Helena Mello, pesquisadora na área do cinema de terror.

 

Olá, gostaria de agradecer por ceder seu tempo para essa entrevista. Antes de falarmos sobre seu trabalho, poderia se apresentar para nossos leitores?


Maria Helena Mello: Olá, eu que agradeço pelo interesse e oportunidade! Meu nome é Maria Helena Mello, sou graduanda de Língua Inglesa na UFBA e pesquisadora na área do cinema de terror. Recentemente trabalhei com o filme Possession (1981).


 


Quando foi que os gêneros do terror e horror entraram na sua vida?


Maria Helena Mello: Quando eu era criança meus pais não me deixavam assistir a filmes de terror ou ter contato com o gênero de jeito nenhum por serem super protetores, então a primeira vez que eu experienciei um filme de terror por mim mesma foi aos 11 anos, quando eu assisti Poltergeist do Tobe Hooper com minhas amigas. Eu sentia uma grande fascinação pelo gênero e pela mística ao redor de ser algo “proibido”. Depois disso eu passei a ler livros de terror que fugiam do radar dos meus pais como impróprios, especialmente os romances de Stephen King, e foi isso que abriu as portas para que o terror e o horror se tornassem parte integrante de minha vida.


 


E quais obras você diria que falam mais com você?


Maria Helena Mello: Eu me identifico bastante com obras de terror que tratam de coisas que são familiares à minha própria vida e também com as que são mais poéticas e abstratas. Recentemente meus favoritos seriam o filme coreano Memento Mori (1999), A Bruxa (2015), a Hora do Pesadelo (1984), Splatter: Naked Blood (1996) e Lake Mungo (2008). Eu tenho gostado muito de ver filmes de j-horror com temática de maldições e vingança também; alguns que eu adorei foram Fatal Frame (2014), P.O.V. – A Cursed Film (2012) e a série Kowasugi do diretor Koji Shiraishi!


 


Nos conhecemos brevemente na sua defesa de TCC, como surgiu a ideia de falar sobre um filme de terror (ou horror) em um ambiente acadêmico?


Maria Helena Mello: Eu sempre flertei com a ideia de estudar terror acadêmicamente, mas isso se cimentou quando tive uma matéria na graduação chamada Poesia da Língua Inglesa. Foi durante esses estudos que tive interesse em me aprofundar na linguagem poética em filmes de terror/horror, e nessa mesma matéria eu fiz meu seminário final sobre Possession. A partir dali eu decidi que queria levar esse mesmo tema para o meu TCC e continuar falando de filmes de terror academicamente.


E você encontrou alguma dificuldade devido a escolha do tema?


Maria Helena Mello: Sim! A parte mais difícil foi encontrar o meu nicho acadêmico – um orientador, um grupo de pesquisa. Eu eventualmente conheci o professor Sanio Santos que trabalha com cinema de terror e aceitou me orientar. e isso permitiu continuar com meu tema. Mas por um tempo eu me sentia um pouco perdida quanto a como navegá-lo no curso de Língua Inglesa.


 


Uma parte muito interessante do seu trabalho foi sobre a evolução dos arquétipos femininos em produções de terror e horror. Como você vê a indústria em relação a isso atualmente?


Maria Helena Mello: Eu acredito que apesar de existir um catálogo extremamente diverso quanto à representação de personagens femininas no terror/horror atual, ainda existe espaço pra melhorias. Pessoalmente eu gostaria de ver cada vez mais cineastas femininas utilizando-se desses arquétipos já existentes para se expressarem, subvertendo-os ou não. Algo em que eu acredito muito quando se trata de representações no cinema (especialmente de terror, um gênero que é governado pela emoção) é que exista sinceridade e um certo caráter agreste dos sentimentos expressados na tela; me preocupa que isso possa estar faltando em iterações modernas, perdido para uma demanda capitalista e cultural onde ideias superficiais de feminismo são mais rentáveis. Para mim, é bem mais interessante que mulheres tenham sua própria voz para contar suas histórias do que personagens femininas que estão em posições de poder em detrimento de seu desenvolvimento, nuance ou de qualquer coisa que possa ser dita em um nível mais profundo.


 


Existem figuras dentro da academia que te inspiraram a falar sobre o terror e o horror em uma perspectiva mais crítica e acadêmica?


Maria Helena Mello: Eu tenho uma grande admiração por Isabel Pinedo, que eu citei muitas vezes em meu próprio TCC. Ela tem um trabalho extenso e incrível sobre o gênero e sobre diversas representações no mesmo, especialmente femininas e raciais. Meu orientador professor Sanio Santos também é uma grande fonte de inspiração para mim, tendo abrido portas para minha noção do quanto é possível se expandir academicamente sobre o terror/horror.


 


De sua parte, podemos esperar mais pesquisas e publicações sobre obras que envolvem o terror e horror?


Maria Helena Mello: Sim, assim espero! Tenho planos para escrever artigos e continuar meus estudos do terror e horror no mestrado, então continuarei trazendo produções sobre o assunto!


 


Gostaria de agradecer mais uma vez sua disponibilidade. E onde nossos leitores podem entrar em contato com seus trabalhos e outros conteúdos que você produzir?


Maria Helena Mello: Por enquanto meu único contato é o meu e-mail, enojunko@gmail.com, mas espero em breve criar um catálogo de minhas produções para mais fácil acesso. Mais uma vez, eu que agradeço muito pela oportunidade e pelo interesse em meu trabalho!

Entrevistas
https://www.cinehorror.com.br/entrevistas/cine-horror-entrevista-maria-helena-mello-pesquisadora-na-area-do-cinema-de-terror?id=1254
| 349 | 20/09/2024
Helena Mello é graduanda de Língua Inglesa na UFBA e pesquisadora na área do cinema de terror.
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