O Cemitério das Almas Perdidas (Brasil, 2020)
Direção: Rodrigo Aragão
Roteiro: Rodrigo Aragão
Elenco: Renato Chocair, Diego Garcias, Carol Aragão, Allana Lopes, Caio Macedo
Duração: 95 minutos
Um bando de Jesuítas sem escrúpulos, amaldiçoados pelo livro negro de São Cipriano, jaz eternamente aprisionado em um “Cemitério das Almas Perdidas”; atores de um circo itinerante chegam à vila nas redondezas do mausoléu e acabam se envolvendo em uma trama com muita violência e gore, na luta por suas almas. Com o filme de abertura na décima edição do Cinefantasy, o diretor Rodrigo Aragão acerta a mão mais uma vez em um enredo de fantasia histórica com todas as nuances da cultura brasileira.
“Cemitério das Almas Perdidas” é o sexto filme do diretor e apresenta cenários e efeitos de maquiagem que ainda surpreendem e fazem jus à história do gênero no cinema mundial. O filme se posiciona facilmente entre clássicos do horror italiano como “Demons” de Lamberto Bava (1985) e a filmografia do mestre José Mojica Marins, homenageado nos créditos iniciais. Desfilam pela tela uma profusão de imagens-símbolo da terra brasilis, seja nos índios canibais com seus grandes tacapes à semelhança das ilustrações de Hans Staden, seja em um navio português chegando no litoral, ou em imagens de nossa história moderna como um circo mambembe com um engaiolado vestido de gorila ou uma criança soltando pipa no mato.A isso se unem imagens de um gótico fantástico, com o castelo no alto da montanha, túmulos arcaicos, pinturas em latim e o próprio livro de Cipriano sendo escrito sob o comando de Satanás.
Com um orçamento limitado, o filme consegue se alçar a um nível de qualidade muito além do esperado e, na fusão de elementos da proposta, criar uma narrativa coerente permeada de ação física e sanguinolência: um espetáculo para os olhos, com a sempre competente cinematografia de Alexandre Barcelos. Sobressaem-se também as atuações de Francisco Gaspar e Clarissa Pinheiro, além da escolha acertada de Allana Lopes para o papel de Aiyra - índia de beleza inebriante que perambula os sonhos do protagonista. As belas ilustrações nos créditos finais também são um espetáculo à parte.
Exibido como pré-estréia no Belas Artes Drive-In dia 6 de Outubro e posteriormente online no dia 7, o filme torna a ser liberado ao meio dia deste domingo 13 e fica disponível até a meia noite no Belas Artes à là Carte (https://www.belasartesalacarte.com.br/). Além do filme, os assinantes terão acesso a todos os filmes da mostra competitiva do Cinefantasy (https://cinefantasy.com.br/) que inclui também os longa-metragens nacionais de ficção “Terminal Praia Grande” (Dir. Mavi Simão) e “Cabrito” (Dir. Luciano de Azevedo), além de uma retrospectiva com todos os longa-metragens de Rodrigo Aragão.
A iniciativa por trás dos Novos Deuses foi surpreendente: quatro revistas feitas simultaneamente, com uma avalanche de conceitos, personagens novos, situações nunca vistas, inter-relacionando-se em uma guerra entre Deuses espaciais cujo teatro de ação seria primariamente a Terra.