DC acaba com o selo Vertigo

Nesta última sexta, a DC Comics anunciou (via Hollywood Reporter e ComicBook) que irá renomear seus títulos em 2020 para tornar todo o seu conteúdo de quadrinhos em um só selo, a marca DC.

Este movimento da editora significa o fim do selo Vertigo, DC Ink e Zoom, e assim criando três rótulos específicos por idade – DC Kids, DC e DC Black Label – que absorveriam todas as impressões existentes e concentre o conteúdo de publicação da DC em personagens e histórias que evoluem e amadurecem junto com a conscientização e a sensibilidade dos leitores da DC. Como resultado desta nova estratégia de rotulagem, a DC vai pôr de lado a publicação da Vertigo no final do ano.

Houve rumores anteriormente publicados pelo site BleedingCool de que realmente a DC iria acabar com o grande selo Vertigo. O selo foi criado em 1993 pela editora sênior da DC Karen Berger como uma marca de publicação de histórias com mais conteúdo gráfico ou adulto que não caberia dentro das restrições da Comics Code Autorith/Comics Magazine Association of America ou Associação Americana de Revistas em Quadrinhos – organização a qual foi atribuída a autoridade pela observância da aplicação do “Código dos Quadrinhos”, criado em 1950 pelas editoras como uma forma de autocensura no conteúdo dos quadrinhos americanos -, permitindo assim mais liberdade criativa do que a principal.

Alguns quadrinhos do selo Vertigo incluem Y: O Último Homem, Sandman, Preacher, 100 Bullets, Transmetropolitan, Fábulas. Alguns de seus contos foram adaptados para o cinema e para a TV como Stardust, Constantine, iZombie, Lúcifer, Preacher, Patrulha do Destino e Monstro do Pântano. O selo também ”abrigou” histórias como Watchmen, A History of Violence e V For Vendetta, todos estes transformados também em filmes.

Alguns relançamentos fracassaram em 2018 como Border Town de Eric Esquivel e Ramon Villalobos que foi cancelado em dezembro depois de quatro edições publicadas e duas não publicadas após alegações de assédio contra Esquivel. Outro quadrinho cancelado foi Second Coming, de Mark Russell e Richard Pace, antes de sua estreia no mundo a fora devido a preocupações de conteúdo, mas, a HQ recebeu uma nova casa na editora Ahoy Comics. Goddess Mode de Ben Blacker e Mirka Andolfo que foi finalizada após seis edições e American Carnage de Bryan Hill eLeandro Fernandez. High Level, de Rob Sheridan e Barnaby Bagenda. Safe Sex de Tina Horn e Mike Dowling.

No seu auge, eram os melhores quadrinhos americanos que tinham para oferecer. Mas a politica interna da Warner/DC acabou ”matando sua galinha dos ovos de ouro” e por um tempo o selo Vertigo foi uma sombra do que costumava ser. Teve tentativas de voltar com Sandman Presents e novos títulos de nomes proeminentes não tiveram sucesso.

Com o fim da Vertigo e outras, a nova estrutura da DC com o novo sistema de classificação etária, chegará em janeiro de 2020. Os quadrinhos serão publicados sob as recém-lançadas DC Ink e DC Zoom que são focadas nos segmentos de médio e adulto jovem, respectivamente, serão atribuídas a os rótulos DC Kids e DC, dependendo do conteúdo e do público-alvo.

”Estamos voltando para uma apresentação singular da marca DC que esteve presente durante a maior parte da nossa história até 1993, quando lançamos a Vertigo para fornecer uma saída para material mais ousado”, disse o editor Dan DiDio, que há muito tempo articula a paixão pela expansão. A divulgação da DC para jovens e jovens leitores adultos e que, segundo relatos, eram os cérebros por trás das impressões ink e zoom. ”Esse tipo de material agora é mainstream em todos os gêneros, então achamos que era o momento certo para trazer mais clareza à marca DC e reforçar nosso compromisso com a narrativa de todos os nossos fãs em todas as faixas etárias. Este novo sistema substituirá as classificações etárias que usamos atualmente em nosso material.”

Os três rótulos, DC Kids, DC e DC Black Label serão estruturados da seguinte maneira:

DC Kids focará em leitores de 8 a 12 anos e oferecerá conteúdo criado especificamente para o leitor de nível médio.

DC, com foco em pessoas de 13 anos, será principalmente o atual universo de personagens DC.

DC Black Label focará em conteúdo apropriado para leitores de 17 anos ou mais.

”O que fizemos aqui é aplicar uma idade e uma filosofia de organização dos estágios que fortalecerão o que já estamos fazendo bem, seja nossa mudança para o público de jovens adultos e do ensino médio ou nosso longo histórico de sucesso com o direcionamento de criadores linhas pop-up”, disse o editor da DC e diretor de criação Jim Lee. ”Também continuaremos a publicar projetos de propriedade dos criadores e avaliaremos e atribuiremos ao selo apropriado para ajudar nossos fãs a encontrar os melhores livros para seus interesses. Esses novos rótulos não apenas trazem maior consistência e foco para nossos personagens, mas também abrem uma infinidade de novas oportunidades para o talento trabalhando em nossos livros”.

Outro detalhes não foram revelados ou anunciados pela DC ou pelas fontes.