O longa de ficção científica “A Terra Negra dos Kawa”, do diretor Sérgio Andrade, depois de participar de festivais, entre eles a Mostra de São Paulo e o Festival do Rio, estreia em circuito nacional dia 20 de abril. No elenco estão Mariana Lima, Felipe Rocha, Marat Descartes, e os Kawa, vividos por atores indígenas da mesma família – Severiano Kedassare, Emerlinda Yepario, e os filhos Kay Sara e Anderson Kary-Bayá – da etnia dos Tarianos. O filme também apresenta atores indígenas das etnias Saterés, Tikuna e Tukanos. A produção é da Rio Tarumã Filmes e a distribuição é da Livres Filmes.
“A Terra Negra dos Kawa”, filmado em 2017, se tornou com os anos cada vez mais relevante em relação aos debates atuais sobre a demarcação de terras indígenas e as ocupações ilegais. “A gente viu muito a questão da ancestralidade e da demarcação de terras nos últimos anos tornar-se cada vez mais importante. No filme estes temas fazem um jogo interessante com o elemento terra mesmo, que acaba se tornando uma metáfora para a ancestralidade, para a questão demarcação de terra, e de como os indígenas não só são os donos da terra, como a beneficiam”, explica o diretor Sérgio Andrade. “Incrível que depois de seis anos o filme se valorizou ainda mais pela questão da terra indígena”, complementa.
No filme, um grupo de cientistas faz escavações em terrenos no interior do Amazonas em busca de uma terra preta fértil, usada para fins agrícolas. Conforme se aproximam do sítio dos indígenas Kawa, notam que a terra adquire poderes energéticos e sensoriais. “Um dos grandes mistérios na Amazônia é a força antrópica das antigas comunidades indígenas, que modificou o convívio social e os recursos naturais de seu espaço. Foi o que aconteceu com a chamada ‘terra preta de índio’, preparada e cultivada ao longo dos anos de uma maneira especial, tornando-a fértil demais para os padrões agrícolas atuais, uma prova da inteligência dos povos ancestrais que viviam na Amazônia”, explica o diretor.
As filmagens de “A Terra Negra dos Kawa” aconteceram em locações da cidade de Manaus e nos arredores do município de Iranduba AM, a 39 km da capital, onde foi alugado um sítio que se tornou o “Sítio dos Kawa”. “Em Iranduba até a região do município de Manacapuru, ambos localizados na calha do Rio Solimões, encontramos extensas áreas de terra preta legítima, resquícios de povos originários ancestrais que habitavam ali”, revela Andrade.
Locações na pista do aeroporto internacional Eduardo Gomes, de Manaus, possibilitaram a inclusão de imagens de aviões abandonados, que adicionaram um componente ao
O longa é baseado na no filme \"Ju-on: O Grito\". O filme chega aos cinemas do Brasil em 2020.