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A FORTALEZA MÓVEL E O MUNDO SUBTERRÂNEO

Por: Diego Aleluia Jaffré

"A Fortaleza Móvel e o Mundo Subterrâneo" foi lançada em novembro de 2020 pela editora Pipoca e Nanquim, fruto da união entre Ricardo Barreiro e Enrique Alcatena. A ambientação da obra traz homenagens a autores da literatura pulp, especificamente H.P Lovecraft e Robert E Howard, apresentando um mundo místico e misterioso digno de uma aventura bárbara. Na trama acompanhamos as aventuras de Bass de Avregaut, um mercenário a caminho de uma guerra para fazer sua fortuna.


Publicada originalmente na revista Skorpio, a obra teve um desenvolvimento peculiar, aparentemente era uma prática comum os editores encomendarem dos escritores diversos roteiros e depois sortear entre os desenhistas. Surpreendendo como um processe tão estranho pode gerar uma obra tão natural, nada na obra parece entrar em conflito com essa “falta” de comunicação entre seus criadores.


Logo no primeiro arco da história podemos perceber as particularidades da obra, impedindo qualquer comparativo com Conan. É perceptível a influencia de diversas culturas nas construções, nas vestimentas e nas armas. Bass se encontra em um mundo com civilizações tecnologicamente avançadas, nada que quebre a imersão da obra, já que as tecnologias são bem rudimentares. Ao decorrer da história vemos referências a “Alien, o Oitavo Passageiro” e “Duna”, nos apresentando criaturas bem familiares. Por conta do traço e dos diálogos o leitor é preso no mundo da obra, dando a sensação de estar explorando junto com o protagonista um calabouço escuro e com um destino incerto.


No segundo arco a fortaleza móvel é introduzida, uma cidadela movida por uma energia mágica e controlada por um líder em busca de sua amada sequestrada. Novamente vemos o mundo se expandir, numa mistura de elementos nipônicos e europeus. O ambiente apresenta diversos visuais que nos fazem imaginar diferentes histórias, eras e conflitos que ocorreram. A história começa com Bass sendo capturado pela fortaleza e obrigado a trabalhar na divisão de abastecimento da mesma. Depois de algumas reviravoltas, descobrimos como a esposa do líder da fortaleza foi sequestrada e como consequência uma guerra foi declarada.


Após a fortaleza, o ultimo arco começa, o protagonista é capturado por um grupo de demônios voadores e levado até uma civilização subterrânea. Lá é vendido como escravo e posto para lutar em um torneio. Por mais que as lutas e desafios sejam extremamente criativos, o que brilha são as crenças do povo subterrâneo. A população composta por albinos acredita ser geneticamente superior, por isso todos os casamentos são entre parentes, para manter a pureza racial do grupo. Além disso, o torneio decide por meio da força, qual homem é digno de gerar a próxima geração do povo.


Este é um dos arcos com mais ação da obra, os desafios enfrentados por Bass variam desde combates em grupos a embates debaixo d’água. Este também é o arco com os melhores desenhos da obra, novamente vemos a mistura oriental-ocidental e vemos uma maior variedade de criaturas e armas. Fica bem claro ao decorrer do capítulo o argumento dos autores contra qualquer ideia relacionada a pureza racial ou qualquer tipo de protecionismo, já que a decadência do povo subterrâneo vem justamente de decisões voltadas para a preservação da “raça”.


No fim temos uma ótima leitura, a única sensação que pode incomodar leitores mais experientes seria a de “passividade” do personagem perante os acontecimentos, Bass quase nunca é causador de sua própria situação e parece ter sido escolhido pelo destino para viver tais aventuras. Mas, essa sensação não tira o brilho da obra e "A Fortaleza Móvel e o Povo subterrâneo" se prova mais um acerto da editora Pipoca e Nanquim.


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Resenhas
https://www.cinehorror.com.br/resenhas/a-fortaleza-movel-e-o-mundo-subterraneo?id=662
| 539 | 15/01/2021
Na trama acompanhamos as aventuras de Bass de Avregaut, um mercenário a caminho de uma guerra para fazer sua fortuna.
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