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A HORA DO DESESPERO

Por: Diego Aleluia Jaffré

The Desperate Hour, 2021, EUA.
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Chris Sparling
Elenco: Naomi Watts, ColtonGobbo, Michelle Johnston
Duração: 1h 24min


Sinopse: Recentemente viúva, Amy Carr está fazendo o seu melhor para retornar à normalidade da vida com seus jovens filhos em uma cidade pequena. Enquanto ela corre no bosque, ela encontra sua cidade jogada em caos quando um tiroteio acontece na escola de seu filho. Longe, Amy desesperadamente irá lutar contra o tempo para salvá-lo.



A cultura estadunidense vem enfrentando diversos problemas envolvendo a violência com armas de fogo ao longo dos anos.Um desses problemas ganhou mais destaque no ano de 1999, quando dois alunos entraram em uma escola no estado do Colorado e mataram 13 pessoas dentro da instituição. A partir de então, diversos outros atentados ocorreram seguindo o mesmo modus operandi e os chamados “schoolshootings” reacenderam os debates sobre a facilidade de acesso à armas de fogo e a violência presente em ambientes escolares.


Atualmente, abordar as discussões que cercam os atentados é uma tarefa difícil e delicada, já que tratar de ataques reais podem propagar o nome dos atacantes e fomentar um culto à personalidade centrado nos perpetuadores. Diversos fórums online tratam abertamente as figuras dos atacantes com um heroísmo exacerbado, espalhando cada vez mais a mentalidade de violência como resposta para diversos problemas existentes em ambientes de interação social. “A Hora do Desespero” felizmente vai contra essa mentalidade e apresenta um filme angustiante sobre o assunto, porém a direção insiste em uma estrutura que perde força ao decorrer do longa e sofre de diversos facilitadores de roteiro.



Na trama acompanhamos uma mãe recentemente viúva chamada Amy Carr, que vem tendo problemas em reestabelecer uma relação saudável com seu filho Noah. Após uma breve apresentação de personagens, Amy parte para uma corrida matinal em uma área mais distante da cidade e é durante essa corrida que o filme realmente começa. Amy começa a receber diversas ligações e descobre que a escola onde seu filho estuda está sofrendo um atentado.


Um dos maiores acertos do filme está na atuação de seu elenco. Como a protagonista está isolada, temos acesso a outros personagens somente por áudio, e a equipe brilha neste aspecto. Os diálogos são bem naturais, vendendo bem a ideia de são pais e mães preocupados se comunicando e buscando informações sobre seus filhos. O filme também mostra como o atentado muda a dinâmica da cidade, com os personagens constantemente sendo avisados sobre bloqueios e áreas restritas.



O isolamento da protagonista funciona bem inicialmente, sentimos um desespero genuíno de uma mãe em relação a sua impotência e à suas dúvidas referentes às mudanças comportamentais de seu filho. A trama vai plantando dúvidas em relação à origem do atentado e seu arquiteto. Porém, a direção insiste demais nesta questão do isolamento, fazendo com que a protagonista tome decisões que beiram a estupidez para tentar voltar a cidade. Temos as famosas cenas de tropeços e corridas desesperadas que não levam a lugar algum, dificultando assim a imersão do telespectador. Em seguida acompanhamos alguns momentos dignos de protagonismo, com direito a Amy se intrometendo na investigação policial e colocando as vítimas em um perigo maior ainda.


Em conclusão, “A Hora do Desespero” cumpre bem o papel em chamar a atenção para questões delicadas, porém sua experiência não possui originalidade suficiente para se consagrar além da temática. A estratégia de isolar a protagonista se estende além do necessário e a maneira como abordam o criminoso por trás do atentado é rasa e desinteressante.


Resenhas
https://www.cinehorror.com.br/resenhas/a-hora-do-desespero?id=820
| 707 | 08/06/2022
Naomi Watts estrela o novo suspense do diretor Phillip Noyce (Salt, Perigo Real e Imediato, O Colecionador de Ossos).
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