A MALDIÇÃO DA CHORONA

Título Original: The Curse of La Llorona (EUA – 2019)
Direção: Michael Chaves
Roteiro: Mikki Daughtry, Tobias Iaconis.
Produção: James Wan, Gary Dauberman, Emile Gladstone.
Elenco: Linda Cardellini, Raymond Cruz, Patricia Velasquez, Sean Patrick Thomas, Tony Amendola, Roman Christou e Sierra Heuermann.
Duração: 93 min.

Sinopse: Uma assistente social cria sozinha os seus dois filhos. Depois que fica viúva, ela começa a notar semelhanças entre um caso que investiga e a entidade sobrenatural La Llorona. A lenda conta que La Llorona afogou os dois filhos e, agora, chora eternamente capturando outras crianças para substituir seus filhos.

James Wan começou a criar um universo compartilhado com os filmes ‘Invocação do Mal’ e ‘Annabelle’. ‘A Maldição da Chorona’ faz parte deste universo, e assim como o decepcionante ‘A Freira’ é um filme fraco, sem inspiração e com poucos momentos de tensão. Em sua nova produção, o terror vem na forma de La Llorona,  A Mulher que Chora. Segundo a lenda, La Llorona é uma entidade maligna e assustadora, que em vida, afogou seus dois filhos com uma terrível raiva e jogou-se no rio atrás deles enquanto chorava de dor. Agora as lágrimas dela se tornaram eternas e letais, e aqueles que a ouvem chamando na noite, estão condenados à morte. Ela busca outras crianças para substituir as dela, as afogando.

O filme se passa, assim como os da cinessérie ‘Invocação do Mal’, na década de 1970. Somos apresentados a protagonista, Anna (Linda Cardellini, de ‘Green Book: O Guia’), e seus filhos. Ela trabalha como assistente social, e em seu trabalho ela acaba tendo contato com Patrícia (interpretada por uma quase irreconhecível Patrícia Velásquez, que fez a Anck-Su-Namun em ‘O Retorno da Múmia’). Os filhos dela não tem comparecido a escola, o que faz com que ela vá na residência. A mulher, recebe Anna, e se constata que ela trancou os filhos num armário. O que parece inicialmente um caso de abuso infantil era na verdade um ato desesperado para salvar as crianças da sina que os abate. A Llorona agora se volta para Anna e sua família. Em desespero ela procura a igreja, na pessoa do padre Perez (Tony Amendola de ‘Annabelle’) que indica o curandeiro, exorcista e ex-padre Rafael Olvera (Raymond Cruz), que resolve ajudar a se livrarem da maligna e horrenda entidade.

Em mãos mais capazes, como o próprio James Wan, ‘A Maldição da Chorona’ poderia ser um filme realmente assustador. Mas a direção de Michael Chaves apenas reproduz as velhas fórmulas de aparições, batidas e sem inovações. Com um roteiro fraco e previsível, e recheado de clichês, em especial a de mãe solteira protegendo seus filhos do mal, o filme não assusta, tem alguns  jump scares mas poucos momentos de tensão. Nem mesmo a Chorona (Marisol Ramirez) é assustadora, tendo pouquíssimos momentos realmente interessantes. A maquiagem é mediana e os efeitos fracos não convencem totalmente. A fotografia é péssima, com muitas cenas escuras. A família não tem carisma e quem se sobressai parcialmente é o personagem de Raymond Cruz, que na pose de durão, que tem alguns momentos que causam risos, aliviando os raros momentos de tensão. O filme é mediano, e ficamos com medo mesmo ao saber que o Michael Chaves vai dirigir a terceira parte de ‘Invocação do Mal’.  Embora saiba trabalhar nos planos, jogos de câmera e busque ângulos mais elaborados, ele peca na construção do medo, e na forma que trabalha a Llorona e suas aparições. As crianças que interpretam os filhos de Anna têm atuações rasas, e passam mais raiva por conta dos seus atos do que compaixão por estarem sendo perseguidos por uma criatura maléfica.

‘A Maldição da Chorona’ é mais um filme fraco, esquecível, que mancha, juntamente com ‘A Freira’ um universo promissor, desperdiçando uma personagem que poderia ser melhor trabalhada. Acaba sendo mais um filme genérico, daqueles que iam direto para o lançamento em vídeo (VHS/DVD/BD), relegados a cantos empoeirados nas prateleiras.

Trailer: