Título Original: Rusalka: Ozero Myortvykh (Russia – 2018)
Direção: Svyatoslav Podgayevskiy
Roteiro: David Kajganich
Produção: Dzhanik Fayziev, Alexander Bondarev
Elenco: Efim Petrunin, Nikita Elenev, Igor Khripunov, Viktoriya Agalakova.
Duração: 90 min.
Sinopse: A produção russa conta a história de uma sereia macabra que se apaixona por Roman, noivo de Marina, e o leva para o seu mundo submerso. A partir daí Marina terá apenas uma semana para lutar com os monstros desse mundo se manter na forma humana.
O diretor russo Svyatoslav Podgayevskiy, é bem mais conhecido pelo público aficcionado do horror pelo filme “A Noiva”. Agora ele nos entrega o seu mais novo produto: “A Sereia - Lago dos Mortos”, que vem aumentar a sua pequena filmografia (“Novyy mir” e o já citado “A Noiva”, ambos de 2017, “A Dama do Espelho: O Ritual das Trevas”, de 2015, e “Vladenie 18”, de 2014). O filme, uma produção de 2018, apresenta a rusalka, um ser da mitologia russa, que pode se assemelhar à sereia ocidental. A lenda apresenta muitas variações, a depender da região e foi se modificando através dos séculos. Entre uma das versões, existe a que representa a historia de donzelas afogadas. Elas ficam em rios para atrair homens e assim eles se afogarem.
O filme retrata o encontro de Roman com uma dessas entidades ao receber de seu pai uma casa a beira de um lago. A partir daí ele é atormentado por visões e aparições da rusalka. Sua noiva Marina, sua irmã e seu melhor amigo tentam libertá-lo da influência da sinistra sereia. Com muitas reviravoltas e momentos surpreendentes, os personagens tentam desvendar o mistério por detrás da rusalka, e assim salvar a vida de Roman.
O roteiro do filme tem um mote interessante, e seu desenvolvimento inicial é promissor, entretanto ao se aproximar do meio, as situações se desenrolam rapidamente, sem um grande desenvolvimento, com explicações e falas que não são bem colocadas, com diversas partes confusas e frustrantes. Os atores têm um desempenho que não compromete. O diretor Podgayevskiy nos apresenta uma fotografia espetacular. Com um bom domínio de câmera, ele usa de ângulos interessantes. O clima do filme é sombrio, e o diretor nos entrega um visual que varia entre o assustador e o claustrofóbico, em especial os cenários do lago e da cabana, onde ocorre a maioria das cenas do filme. As diversas cenas aquáticas passam uma sensação opressiva, de que algo pode acontecer a qualquer momento. Sobre a maquiagem da rusalka, ela varia entre o sutil até um efeito mais carregado, tornando a criatura assustadora, embora o mesmo não possa ser falado dos efeitos digitais, que pecam pelo artificialismo nas transformações.
O filme tem algumas cenas com scary jumps, onde não passam uma real sensação de medo, mesmo com efeitos sonoros dando suporte as cenas. A propósito alguns efeitos sonoros parecem deslocados em determinados momentos. Alem disso, a conexão do público com o filme pode ser comprometida, pois o seu áudio, originalmente falado em russo, possuía dublagem em inglês, estando fora de sincronia em alguns momentos. Isso se tornou um fator de desconforto ao assistir a película.
O filme promete mais do que entrega. Visualmente e tecnicamente Podgayevskiy apresenta um bom material, mas o roteiro e a condução confusa estragam o resultado final. No final das contas, o cartaz do filme, belíssimo, é muito melhor do que a produção em si.
Trailer:
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