EUA, 2024.
Direção: Matt Bettinelli-Olpin / Tyler Gillett
Roteiro: Stephen Shields, Guy Busick
Elenco: Alisha Weir, Melissa Barrera, Kevin Durand, Kathryn Newton, Dan Stevens, Angus Cloud, William Catlett.
Duração: 110 min.
Distribuidora: Universal Pictures
Sinopse: Crianças podem ser monstros.
Um grupo de supostos criminosos sequestra uma bailarina de doze anos, filha de um dos mais poderosos homens do submundo, e tudo o que eles precisam fazer para coletar um resgate de US$ 50 milhões é observar a garota durante a noite. Em uma mansão isolada, os raptores começam a sumir, um por um, e descobrem, tomados por um horror galopante, que estão trancados dentro de casa com uma garotinha nada normal.
Abigail (2024) estreia nos cinemas brasileiros em 18 de abril de 2024, trazendo um terror peculiar e divertido. No longa dirigido por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, acompanhamos um grupo de criminosos no momento da execução do sequestro de uma garotinha. Logo percebemos que os sequestradores não conhecem uns aos outros, a sua vítima ou os detalhes desse plano ambicioso, que em tese, renderá 50 milhões de dólares a serem divididos pelo grupo. À medida que a noite avança, as coisas começam a ficar bem diferentes do que foi planejado e o que antes era pela grana, se torna uma luta pela sobrevivência.
Abigail tem uma construção narrativa interessante, simples e dinâmica, onde o roteiro não enrola muito pra dizer a que veio. De forma despretensiosa, somos apresentados a esse grupo desafortunado e problemático, preso numa ratoeira gigante, lutando para sobreviver enquanto são caçados pela outrora vítima. O longa não se leva à sério, o que deixa a experiência mais divertida com todos os exageros e situações absurdas.
O elenco, por sua vez, contribui bastante para o tom do filme, dando um destaque especial para as protagonistas Melissa Barrera e Alisha Weir. Ambas encarnam seus personagens de forma satisfatória, tendo muita química entre si e com o restante do elenco, sem falar que é interessante observar a versatilidade das atrizes em papeis diferenciados, principalmente no caso da Alisha. Vale mencionar também a presença do Angus Cloud, falecido no ano passado, que brilha nesse longa, mesmo com a sua participação sendo curta.
A fotografia e os efeitos especiais foram outros pontos fortes do longa, que possui diversos exageros que de tão absurdos, tornam-se fantásticos em tela, lembrando muitos outros trabalhos dos diretores como o memorável Casamento sangrento de 2019. A maquiagem também brinca com o caricato, assim como as coreografias, diálogos e desfechos de vários problemas e dilemas. Por falar em desfechos, chegamos ao ponto mais baixo do filme que é a sua conclusão.
No seu gran finale, o roteiro brinca com a ideia do verdadeiro vilão da história, onde nada está tão ruim que não possa piorar. A forma como isso é feita, no entanto, poderia ser mais trabalhada e desenvolvida, tanto no declínio de uns personagens, como na rendição de outros. Isso não é algo que prejudique a sua experiência, mas certamente é algo que poderia ser melhor em tela. Por fim, Abigail é um longa sangrento e bem humorado, que brinca com os conceitos de moralidade, de forma satírica, surreal e muito divertida. Apesar de eventuais problemas, vale muito a pena conferir nas telonas.
Nota: 3 de 5 / 7 de 10.
A Lenda de Golem é aceitável pelo seu gore, mas na mesma medida entorpece o espectador com tanta brutalidade ao ponto de naturalizar próximo ao seu fim.