Título original: Companion / 2025 / EUA
Direção: Drew Hancock.
Elenco: Sophie Thatcher, Jack Quaid, Lukas Gage
Duração: 1h 37min| Roteiro Drew Hancock
Sinopse: Durante um fim de semana em uma casa de campo luxuosa, Iris (Sophie Thatcher) e Josh (Jack Quaid), um casal apaixonado, decidem se afastar do tumulto da cidade para relaxar com alguns amigos. No entanto, o que começa como uma escapada romântica logo se transforma em um thriller quando eventos perturbadores começam a ocorrer.
Em Acompanhante Perfeita, Drew Hancock nos apresenta um filme que mescla comédia ácida, crítica social e terror. Com estreia marcada para 6 de fevereiro, o filme traz reflexões sobre temas como a objetificação da mulher e os avanços da tecnologia, tudo embalado por uma trama repleta de suspense, reviravoltas inesperadas e alívio cômico.
Desde filmes como Metropolis (Fritz Lang, 1927), até Ex Machina (Alex Garland, 2014), presenciamos o tema da IA não apenas como um símbolo do avanço tecnológico, mas também como um espelho para refletir sobre a condição humana. É a partir dessa premissa em referências contemporâneas, que as cenas dispensam cerimônias e Hancock escolhe abandonar a inocência do espectador. Fazendo assim, críticas divertidas num roteiro que prende a nossa atenção.
Conhecemos Iris (Sophie Thatcher) e Josh (Jack Quaid), um casal aparentemente comum vivendo um romance clássico das comédias românticas, mas que é permeado por uma atmosfera artificial que se intensifica ao longo do filme. A fatia da realidade se apresenta através do terror, que, aos poucos, somos apresentados. Quando conhecemos os amigos de Josh em um encontro numa casa isolada, sentimos a tensão que cresce a cada cena.
A revelação de que Iris é, na verdade, um androide é o ponto central da trama, gerando uma série de questionamentos sobre a natureza da consciência e a possibilidade de uma inteligência artificial desenvolver sentimentos e desejos. Até porque, se a ficção científica nos ensinou algo, é que a criação de seres artificiais com consciência de si pode ter consequências imprevisíveis, diga-se de passagem, nosso querido Hall-9000 em 2001: Uma Odisseia No Espaço (Stanley Kubrick, 1968) ou a revolução em busca de independência dos androides na série televisiva Westworld (Jonathan Nolan e Lisa Joy, 2016).
Acompanhante Perfeita é mais que um thriller cômico, é também uma provocação que nos convida a refletir sobre as tendências sociais individualistas, o utilitarismo, os limites da tecnologia e a objetificação de corpos na sociedade contemporânea. Ao explorar o tema da objetificação da mulher, o filme nos apresenta um futuro distópico, mas que pode ser facilmente identificado em nosso cotidiano.
A animação é baseada em uma graphic novel de Budjette Tan e Kajo Baldisimo que se passa em um universo onde criaturas de mitologias existem entre os humanos sem serem notadas.