Autor: Felipe Cagno.
Ilustradores: Sara Prado, Brão.
Editora: AVEC Editora
Páginas: 112
Ano: 2018
A graphic novel conta a história de uma garota que buscava de maneira desesperada ter sucesso. O tema da busca pela fama está cada vez mais presente na rotina dos jovens e se tornou mais forte do que desenvolver uma carreira de estudos já que possuir visibilidade e relevância para um grupo de pessoas é melhor para o mercado e possíveis contratos do que apenas ser mais uma pessoa com diploma.
Acredito que um dos pontos mais relevantes diz respeito ao conflito interno entre perder a própria essência para obter popularidade ao custo da própria saúde mental. A tendência é que este problema se torne recorrente e um dos principais alertas da história é este.
O trabalho artístico que a história apresenta é de alta qualidade. A expressividade no desenho foi uma das coisas que mais me deixou contente pois canso de ver desenhos bem feitos em algumas histórias mas que não possuem vida, são apenas tecnicamente bem desenhados. Parabéns a equipe envolvida.
Questões sociais são trazidas a tona no enredo, reforçando um contexto mais trágico do que otimista em relação ao futuro, também, o nosso presente e os dados estatísticos só reforçam o quanto o mundo será cada vez mais desigual. A definição de pobreza pelo banco mundial é bem desonesta até porque ninguém consegue viver com US$ 1,90 por dia (dados de outubro de 2019 no artigo publicado pela BBC disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50077214)
Senti falta de um maior desenvolvimento no psicológico da protagonista que tinha bastante potencial de ser apresentado porém foi pouco explorado. De modo geral Adagio é leve e conta uma história que nos faz refletir a respeito do que é importante valorizar na vida. É um chamado para a auto reflexão e autopreservação.
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Joaquin Phoenix executa de forma brilhante e peculiar (mais uma vez) um papel digno de notória consagração.