ADÃO NEGRO

Black Adam, EUA,2022
Diretor: Jaume Collet-Serra
Roteiro: Adam John Sztykiel, Rory Haines, Sohrab Noshirvani, Otto Binder, C.C. Beck
Elenco: Dwayne Johnson, Aldis Hodge, Pierce Brosnan, Noah Centineo, Viola Davis, Quintessa Swindell.
Duração: 124min

Sinopse: "Adão Negro" é o filme solo do anti-herói, baseado no personagem em quadrinhos Black Adam (Dwayne Johnson) da DC Comics, grande antagonista de Shazam. Tendo no longa, sua história de origem explorada, e revelando seu passado de escravo no país Kahndaq. Nascido no Egito Antigo, o anti-herói tem super força, velocidade, resistência, capacidade de voar e de disparar raios. Alter ego de Teth-Adam e filho do faraó Ramsés II, Adão Negro foi consumido por poderes mágicos e transformado em um feiticeiro. Grande inimigo de Shazam! Nas HQs, apesar dele acreditar em seu pontecial, e inclusive oferecê-lo como um guerreiro do bem, Adão Negro acaba usando suas habilidades especiais para o mal. O anti-herói em busca de redenção ou um herói que se tornou vilão, pode ser capaz de destruir tudo o que estiver pela frente - ou de encontrar seu caminho.

Sim, a DC tem seu anti-herói no cinema! E o melhor, num filme muito bem executado e que me trouxe a sensação de estar lendo um quadrinho do Capitão Marvel ou dos Novos 52, enquanto o assistia ao longo dos seus 124 minutos.

Os roteiristas não foram pelo caminho fácil, que seria se basear nos arcos dos quadrinhos do Capitão Marvel (Shazam) como fizeram no filme “Shazam!” (2019), onde ali só iriam colher um Adão Negro arquiinimigo do super-herói Capitão Marvel. A meu ver, fizeram o certo, e buscaram o Adão Negro nos quadrinhos dos arcos dos Novos 52, que trazem oTeth- Adam como um escravo, rebelde e revolucionário que pela sua coragem e eleito pelos Deuses como o campeão de Kahndaq.

Tenho que dizer, que a execução do diretor Jaume Collet-Serra me surpreendeu, pois conseguiu colocar nas telas um protagonista violento e com sede de vingança, visto que o Studio responsável pelo lançamento é a Warner Bros, conhecido pelos fãs de quadrinhos como uma castradora de boas histórias em prol de censuras mais baixas e maiores bilheterias.

O carisma alcançado com os fãs de Wolverine (personagem anti-herói da Marvel) pode ser conquistado pelo Adão Negro, que traz uma história de origem cativante, e uma perfeita atuação do Dwayne Johnson como o protagonista, desfilando a sua simpatia e mostrando o domínio desse tipo de papel.

Ponto para o Universo DC de Cinema! Além de o seu Anti-herói estar estabelecido, o filme traz um excelente ponto de equilíbrio como contra partida, e ainda conquista os fãs de quadrinhos trazendo para as telas a Sociedade da Justiça.

Para os leitores de HQs esse time de Super-heróis, conhecidos pela sigla JSA, é formado por heróis que são adversos a violência e só usam os seus poderes comedidamente e nada além do necessário. Sim, o contraponto perfeito para o violento e vingativo Adão Negro, que não hesita em matar para atingir seus objetivos.

A DC consegue trazer um bom filme de grupo de heróis ao cinema, que resgata a nostalgia do humor leve da Liga da Justiça e Super-Amigos, tanto dos desenhos animados quanto dos quadrinhos.

Atuações competentes emocionam e fazem ganhar vida nas telas, como, por exemplo, o Senhor Destino, marcando uma excelente atuação de Pierce Brosnan, o Gavião Negro muito bem representado por Aldis Hodge, e o humor e jovialidade de Quintessa Swindell (Cyclone) e Noah Centineo (Esmaga-Átomo). Sem falar dos excelentes efeitos especiais que tornam o filme um espetáculo visual e com cenas de ação incríveis.

Depois de bons filmes de heróis “solo”, como Mulher Maravilha (2017), Aquaman (2018) e Shazam! (2019), e grandes fiascos do quilate de Batman VS Superman (2016), Esquadrão Suicida (2016) e  Liga da Justiça (2017), chega aos cinemas o primeiro Anti-herói da DC  como uma reafirmação de esperança de bons filmes do Universo DC no cinema, que de brinde traz um grupo melhor trabalhado e representado do que o “hypado” Liga da Justiça, e muito mais nostálgico e reconfortante para o publico que além de ler quadrinhos assistiam os divertidos desenhos animados nos programas infantis dos anos 80 e 90.