BABYGIRL

Babygirl / 2024 / Holanda/EUA.
Direção: Halina Reijn.
Roteiro: Halina Reijn.
Elenco: Nicole Kidman, Harris Dickinson, Sophie Wilde, Antonio Banderas.
Duração: 114 min.

Sinopse: Em Babygirl, uma empresária bem-sucedida coloca sua família e carreira em risco em nome de um caso com seu estagiário bem mais jovem. No thriller erótico de Halina Reijn, Romy (Nicole Kidman) é uma executiva que conquistou seu posto como CEO com muita dedicação. O mesmo se aplica a sua família e o casamento com Jacob (Antonio Banderas). Tudo o que construiu é posto à prova quando ela embarca em um caso tórrido e proibido com seu estagiário Samuel (Harris Dickinson), que é muito mais jovem. A partir daí ela anda corda bamba de suas responsabilidades e, também, nas dinâmicas de poder que envolvem suas relações.

Babygirl (2024) é um drama erótico dirigido por Halina Reijn, estrelado por Nicole Kidman (Romy) e Harris Dickinson (Samuel). O filme explora a vida de Romy, uma executiva bem-sucedida que coloca sua carreira e família em risco ao iniciar um caso tórrido com um jovem estagiário de sua empresa.

Inicialmente o filme concentra-se em explorar aspectos da vida de Romy, uma mulher que chegou ao topo de sua vida profissional sem abrir mão do seu papel de mãe, criando duas filhas, junto com o seu marido Jacob (Antonio Banderas). Contudo, a vida aparentemente perfeita dessa bem sucedida empresária já se mostra não tão perfeita assim nos primeiros minutos de filme. Já que, Romy possui desejos sexuais que não são satisfeitos na relação de 18 anos com o seu marido Jacob.

A insatisfação sexual de Romy faz com que ela passe a consumir pornografia, bem como ter fantasias eróticas no qual ela é dominada e colocada em papel de submissão.

As fantasias sexuais de Romy passam a se transformar em realidade quando o jovem estagiário Samuel, percebendo o tamanho da carência sexual dela, cria um jogo de sedução e poder.

Samuel passa a usar Romy não só sexualmente, mas também a coloca em uma dinâmica de medo diante da traição ao marido e família, bem como de questões profissionais.

Apesar de ser uma temática interessante, a questão do prazer ou não prazer da mulher madura, o filme acaba sendo muito pueril. É fato que em nossa sociedade o desejo feminino, a fantasia sexual de uma mulher 50+ e o fato de muitas como Romy em 18 anos de casada nunca terem experimentado um orgasmo com o seu parceiro ser uma realidade.

O roteiro de Halina Reijn se desenvolve pelo caminho mais fácil, já que em muitos momentos a trama deixa de ser envolvente e perde a oportunidade de fazer uma discussão verdadeiramente profunda sobre a repressão sexual das mulheres. Passando assim a ser um Thriller erótico quase que “cômico” ao colocar Romy como uma mulher meio “ridícula” e/ou inconsequente. Logo, fazendo o espectador questionar não a repressão sexual de mulheres ou até mesmo a manipulação sexual de um homem mais jovem com uma mulher 50+ que deveria estar em posição de poder. Mas sim julgar as escolhas de Romy e até mesmo suspirar pelo manipulador narcisista Samuel.

Assim, toda e qualquer camada de criticidade que inicialmente parece que será desenvolvida no decorrer do filme cai em um vazio erótico pueril que com certeza agrada mulheres como Romy e fãs deslumbrados por Cinquenta Tons de Cinza.

Em Babygirl é possível esperar por boas atuações. Porém nada verdadeiramente surpreendente. O ponto alto do longa fica por conta do pequeno suspense que gira em torno da descoberta ou não do caso extraconjugal de Romy, fazendo com que o espectador continue a querer desvendar a trama até o seu último minuto.

Babygirl é uma obra com temática provocativa, mas que perde a oportunidade de desafiar os padrões eróticos da indústria cinematográfica e da sociedade ao não aprofundar, ou ao menos melhor elaborar, as camadas a respeito das nuances que envolvem o prazer feminino e as dinâmicas de poder nas relações contemporâneas.

Nota: 5,5 de 10