Barbie, 2023, EUA
Diretora: Greta Gerwig
Produção: Margot Robbie, Tom Ackerley, Robbie Brenner, David Heyman, Amy Pascal
Roteiro: Greta Gerwig, Noah Baumbach
Elenco: Margot Robbie, Ryan Gosling, Issa Rae, Simu Liu, Alexandra Shipp, Kingsley Ben-Adir, Emma Mackey, Ana Cruz Kayne.
Sinopse: Depois de ser expulsa da Barbieland por ser uma boneca de aparência menos do que perfeita, Barbie parte para o mundo humano em busca da verdadeira felicidade.
Sem dúvida, Greta Gerwig trouxe uma das experiências mais divertidas e emocionantes dos últimos tempos. Fiquei encantada com o cuidado nos detalhes em todos os aspectos. O filme apresenta uma atmosfera nostálgica e conta com uma fantástica direção de arte, que trabalhou arduamente para criar modelos de casas da Barbie em tamanho real. É possível, inclusive, ver uma entrevista com a Architectural Digest em que eles mostram uma parte do desenvolvimento desse trabalho. Você pode assistir ao vídeo aqui:
O filme é repleto de tanto conteúdo que é complexo absorver tudo assistindo apenas uma vez. Pelo menos, foi essa sensação que eu tive. Precisarei revisitar essa obra pelo menos mais duas vezes antes de poder dizer que assimilei todas as referências apresentadas. A fotografia, direção, roteiro e atuação dos personagens correspondem e atendem muito bem às expectativas de quem está esperando atuações que, em dado momento, nos remetem mais ao contexto cênico de brincadeira do que atuação convencional, como seria talvez esperado numa representação de live action.
Em quesito técnico, os sons estão bem equilibrados, todo o trabalho de nivelamento está confortável para a experiência. As cores e o figurino estão adequados. Toda a paleta respeita e faz uma ótima distinção entre o mundo da Barbie e o mundo real. As notas e os comentários adicionados pela direção durante a narração da história contribuem muito para a atmosfera que o filme desenvolve.
É engraçado como o próprio filme pode colocar as pessoas num estado de sofrimento com o que é apresentado. A história não é difícil de se conectar porque não se concentra na Barbie em si. É uma história mais sobre a humanidade do que sobre os brinquedos em si.
O filme consegue entreter, emocionar, divertir, fazer refletir e confesso que chorei pelo menos umas 3 vezes, o que foi horrível porque eu inventei de me maquiar já que não pude ir de rosa, pois não tenho roupa rosa e só pude levar o meu milk-shake rosa para a sessão. Eu saí da sessão com a minha maquiagem toda borrada porque eu estava enxugando os olhos para conseguir enxergar o filme. Inclusive, eu não sei se você viu, mas eu tinha que levar a Barbie Cine Horror para esse mundo também. E aí, como a Barbie pode ser o que ela quiser, todos nós podemos ser o que quisermos.
A mensagem final do filme é muito bacana e não força nenhuma lição de moral em ninguém. Apenas revisita algumas reflexões e pautas que estão fortes e latentes no mundo, inclusive com uma excelente atuação da America Ferrera. Michael Cera foi uma escolha muito acertada para fazer o Alan. Eu simplesmente amei a participação dele, casou muito bem com o que o projeto exigia em seu conjunto.
O filme tem uma atmosfera leve, apesar de trazer questões sensíveis, e como experiência geral, é formidável. A diretora tem em seu repertório Lady Bird, e eu tinha boas expectativas para esse projeto. Ele, sem dúvidas, superou as minhas expectativas e vale cada centavo do tempo.
PÂNICO VI abandona intencionalmente o roteiro padrão do Pânico, de dividir seus protagonistas nos filmes para que eles se reúnam no final do primeiro ato, e, em vez disso, se concentra em uma história que mantém os sobreviventes conectados o tempo todo.