Firestarter, 2022, EUA
Dir: Keith Thomas
Elenco: Zac Efron, Ryan Kiera Armstrong, Sydney Lemmon, Michael Greyeyes e Gloria Reuben
Duração: 1h30m
Sinopse: Firestarter, ou em português “Chamas de Vingança”, lançado em 2022 é uma reimaginação do romance homônimo escrito pelo ilustre Stephen King, desta vez dirigido por Keith Thomas e tendo como protagonistas os atores Zac Efron, Ryan Kiera Arsmtrong e Sydney Lemmon.
A trama segue uma família com dons paranormais em uma constante fuga da empresa cujo projeto originou seus poderes. Uma premissa que começa interessante, mas logo cai na zona do clichê; o que não seria um problema, caso o filme trabalhasse bem estes clichês. Mas, com um roteiro questionável, atuações sem peso e uma direção sem personalidade, Firestarter acaba antes mesmo de pegar fogo.
O filme começa com um sonho de Andy McGee (Zac Efron) no qual sua filha Charlie (Ryan Kiera Armstrong), ainda um bêbê, incendeia o próprio quarto e a si mesma. Em seguida somos apresentados aos três membros da família: Andy, o pai; Charlie, a filha; e Victoria (Sydney Lemmon), a mãe. Cada um deles possui um poder paranormal, sendo respectivamente manipulação mental, piromancia e telecinese.
Em seguida acompanhamos Charlie até o colégio, onde descobrimos o quão a personagem se sente deslocada por não ter coisas tidas como comuns por seus colegas, como consequência, Charlie é alvo de diversos bullies e o estresse causado pelos ataques faz com que seu poder fuja de controle. Ao causar uma explosão no banheiro do colégio, as autoridades são acionadas e logo a família McGee se vê obrigada a fugir novamente.
Nesse momento somos apresentados aos antagonistas do filme: O Lote 6, a empresa que realizou os experimentos nos pais de Charlie percebe a explosão e aciona o agente Rainbird (Michael Greyeyes) para caçar os McGee. Essa é uma das partes mais esquisitas do filme, pois Rainbird deixa bem claro que abandonou a corporação e tem uma grande resistência em voltar a trabalhar para o Lote 6, porém com um diálogo de 2 minutos ele é convencido e parte em sua caçada.
Enquanto isso, os McGees começam uma discussão familiar sobre os poderes de Charlie. Victoria é a favor de treinar sua filha enquanto Andy se mostra contra a ideia do treinamento, durante esse diálogo vemos como a família McGee não é tão perfeita quanto aparentava ser e descobrimos que a cada uso o poder de Andy o desgasta mais. Charlie ao ter diversas informações reveladas de vez se estressa e por impulso ataca a própria mãe. Os pais acalmam a filha e Andy concorda em sair com Charlie para acalmar a garota.
Após a saída da filha e do marido, Victoria é atacada e morta por Rainbird em um confronto que lembra bastante os dois primeiros filmes da série “Exterminador do Futuro”. Rainbird após assassinar Victoria espera por seus outros alvos, porém é atacado por Charlie e não consegue capturá-los.
O resto do filme é marcado por algumas interações rasas entre pai e filha, o melhor momento é quando Charlie usa o dom de sua mãe e passa a mensagem de uma esposa em estado vegetativo a seu marido, que se torturava com a culpa pelo acidente que a debilitou. Passando da metade do filme, Andy é capturado e somos obrigados a ver uma das sessões de treino mais desinteressantes do cinema: Charlie foge para uma floresta e passa uns 5 minutos treinando como controlar seus poderes com o objetivo de invadir a base na qual seu pai está preso.
Os momentos finais do filme são focados no ataque de Charlie, o filme até consegue trazer um momento levemente emocionante entre pai e filha, porém é logo ofuscado por uma série de inimigos em chamas. No final vemos que Rainbird vê Charlie com uma admiração quase messiânica e ajuda a garota a fugir, dando assim um fim a nossa jornada.
Firestarter tenta se apoiar em homenagens aos anos 80 em diversos momentos, mesmo o filme se passando em tempos atuais é possível ver figurinos e dinâmicas que lembram o sentimento nostálgico comum nas obras de Stephen King. Mas, nada no filme prende realmente o espectador, diversos momentos importantes logo são esquecidos por não terem consequências visíveis e pela abordagem abrupta da direção e roteiro. O maior destaque do filme vai para sua trilha sonora, John Carpenter acerta novamente em ditar o tom das cenas a partir de suas músicas e facilita nossa imersão em uma história fraca e esquecível.
Lovecraft: Re-imaginado é uma antologia que reúne 18 contos baseados na obra original de H. P. Lovecraft. Nela você encontrará releituras, expansões do universo lovecraftiano e até mesmo continuações de histórias marcantes do autor.