Autor: Fernando Risch
Editora Estronho, 2018.
144 páginas (P&B) em Pólen Bold 90g.
Parece que as primeiras páginas da obra são um convite para abandonar o livro. A linguagem é prepotente e talvez até um tanto infantil. No entanto, é válido salientar que o autor é uma pessoa sincera dentro das suas limitações. O livro leva alguns capítulos para a história engatar. Confesso que me senti enrolada nas primeiras páginas. Confesso que achei tedioso ler tantos palavrões. Talvez o sentimento que remete a arrogância misturado com prepotência em tão poucas páginas tenham dificultado a minha análise inicial da obra pelas coisas que estavam escritas.
O livro se torna palatável com o tempo. Não sei se para o autor isso seria considerado um elogio, ou melhor, seria dizer que o livro é uma m** mesmo. Eu consegui rir perto do final. Do final. Várias páginas e ele só fica bom quando está perto de terminar. Às vezes eu penso que não tenho senso de humor suficiente para ler certas coisas.
A obra é recheada de elementos que compõem a realidade do autor. Ele fala sobre si mesmo, sobre seus vícios, as suas falhas, as falhas dos outros ou a ausência destas. Ele utiliza recursos literários que provavelmente não serei capaz de explicar aqui, mas me pareceu sim, ser um recurso literário porque ele repetiu isso ao longo da obra.
Não tenho a mesma profundidade do autor para fazer uma análise tão contundente a ponto de entrar no estado de epifania rica o suficiente para traduzir o que ele quis dizer. Parece-me que ele não quer dizer p** nenhuma e só escreveu relatos sobre a sua própria vida num livro.
Eu fiquei com uma sensação de que ao concluir esse livro eu teria perdido meu tempo. Fiquei aliviada por perceber que não perdi meu tempo tanto assim. Poderia ter sido pior. Já perdi meu tempo com coisas piores.
Acho que o livro dele inspira a sinceridade no discurso. Talvez por estarmos recheados com tantas regras de como devemos nos comportar, perdemos a mão sobre o que pode ser dito ou não. Talvez esse seja o ponto do livro. De qualquer modo, se você quiser ler esse livro é por sua conta em risco, eu recomendaria ver o filme do Pelé.
Onde comprar:
O Predador apresenta inúmeros acertos e bem poucos erros, e se torna o ponto de partida para novas empreitadas, reapresentando a criatura para uma nova geração, ampliando e atualizando a mitologia em torno dos caçadores com dreadlocks.
