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ESTRANHO CAMINHO

Por: Ivan Rios (O Mago Supremo)

TÍTULO ORIGINAL: ESTRANHO CAMINHO|Ano de Produção2022 | Brasil


DIREÇÃO: Guto Parente
ROTEIRO: Guto Parente
ELENCO: Lucas Limeira, Carlos Francisco, Tarzia Firmino, Rita Cabaço, Renan Capivara, Ana Marlene, Fab Nardy, NoáBonoba, Jennifer Joingley, Déo Cardoso, Larissa Goés, Mumutante, Solon Ribeiro, David Santos, Pedro Breculê, Gabriel de Sousa
DIRETOR DE FOTOGRAFIA: Linga Acácio
DIRETOR DE ARTE: Taís Augusto
MONTAGEM: Victor Costa Lopes, Guto Parente & Irmãs Augusto Lima
SOM:Lucas Coelho
TRILHA SONORA: Uirá dos Reis e Fafa Nascimento
PRODUÇÃO: Ticiana Augusto Lima
MIXAGEM: Paulo Gama
PRODUTORA: Tardo Filmes
DISTRIBUIDORA: Embaúba Filmes
Duração: 83 min


SINOPSE: Um jovem cineasta que visita sua cidade natal é surpreendido pelo rápido avanço de uma pandemia e precisa encontrar seu pai, com quem não fala há mais de dez anos. Depois do primeiro encontro, coisas estranhas começam a acontecer.


 


RESENHA:


"Estranho Caminho", dirigido por Guto Parente, é um drama fantástico que se destaca pela sua abordagem poética e experimental, explorando a complexa relação entre pai e filho no contexto da pandemia de Covid-19 no Brasil. O filme acompanha David (Lucas Limeira), um jovem cineasta que retorna à sua cidade natal, Fortaleza, para apresentar seu novo trabalho em um festival de cinema. No entanto, a rápida disseminação da pandemia o obriga a procurar seu pai, Geraldo (Carlos Francisco), com quem não tem contato há mais de uma década.


A trama se desenrola em meio ao caos e à incerteza trazidos pela pandemia, um cenário que amplifica os dilemas existenciais dos personagens. David, ao reencontrar seu pai, se depara com uma série de eventos estranhos que desafiam sua percepção da realidade. A narrativa, rica em elementos do cinema experimental, mistura realismo com fantasia, criando uma atmosfera de mistério e hesitação que reflete o estado emocional dos personagens.


 


Os dilemas existenciais de David e Geraldo são centrais para a narrativa. David, que vive uma vida errante e solitária, busca reconectar-se com seu passado e entender sua própria identidade através do reencontro com o pai. Geraldo, por sua vez, é um homem recluso e enigmático, cuja resistência ao contato com o filho revela profundas feridas emocionais. A relação entre os dois é marcada por uma distância física e emocional que a pandemia só intensifica.


As interpretações em "Estranho Caminho" são um dos grandes destaques do longa. o elenco da obra, embora restrito e coeso, entrega atuações profundamente comoventes e genuínas. Lucas Limeira consegue expressar a angústia e a solidão de David de forma tangível, especialmente nas cenas em que o personagem se sente perdido e desconectado do mundo ao seu redor. Sua atuação é marcada por uma vulnerabilidade que ressoa com o público, facilitando a identificação com seus conflitos existenciais.


Carlos Francisco, por sua vez, traz uma intensidade contida ao papel de Geraldo (o pai). Sua performance é rica em nuances, revelando gradualmente as camadas de um personagem complexo e reservado. A química entre os dois atores é evidente, e suas interações são carregadas de tensão e emoção, refletindo a difícil relação entre pai e filho que está no centro da história.


 


A fantasia em "Estranho Caminho" é habilmente entrelaçada com a realidade, criando uma atmosfera de surrealismo que permeia todo o filme. O diretor e também roteirista, Guto Parente utiliza elementos do cinema experimental para desafiar as percepções do espectador, misturando o real com o fantástico de maneira fluida. A cinematografia de Linga Acácio contribui significativamente para essa sensação, com o uso de close-ups extremos e fusões de imagens que evocam uma sensação de despersonalização e paranoia.


O filme se destaca por sua habilidade em tecer uma narrativa que é simultaneamente onírica e concreta. A Praia de Iracema, com seu neon vibrante e atmosfera noir, serve como um cenário ideal para os eventos surreais que David vivencia. Embora tenha sido produzido contemporaneamente, impressões e lembranças de trechos de filmes como “Beau Tem Medo” (2023) e “Pobres Criaturas” (2023) são particularmente evidentes, com suas narrativas que misturam fantasia e realidade de maneira única. Esses elementos visuais, combinados com uma trilha sonora evocativa, criam uma experiência imersiva que transporta o espectador para um mundo onde a linha entre o sonho e a realidade é constantemente borrada, proporcionando uma jornada cinematográfica inesquecível.


 


O cenário da pandemia de Covid-19 no Brasil, especialmente a partir de 2021, serve como pano de fundo para a história, mas também como um catalisador para os eventos que se desenrolam. A pandemia não apenas força o reencontro entre pai e filho, mas também simboliza o isolamento e a incerteza que permeiam suas vidas. A direção de Guto Parente utiliza este contexto para explorar temas de perda, reconciliação e a busca por significado em tempos de crise.


"Estranho Caminho" é uma obra que se destaca pela sua capacidade de transformar uma relação conflituosa em uma narrativa poética e envolvente. A combinação de uma fotografia belíssima, uma direção de arte cuidadosa e performances marcantes, especialmente de Carlos Francisco, cria uma experiência cinematográfica que ressoa profundamente com o espectador. O filme não apenas reflete sobre os desafios da pandemia, mas também sobre os caminhos tortuosos que percorremos em busca de conexão e entendimento.


Certamente, se você aprecia filmes que desafiam a narrativa convencional e exploram as profundezas das relações humanas em contextos adversos, "Estranho Caminho" é uma obra imperdível e que deixará lembranças duradouras.


INSTAGRAM: @ivansouzarios


Resenhas
https://www.cinehorror.com.br/resenhas/estranho-caminho?id=1211
| 197 | 01/08/2024
"Estranho Caminho", dirigido por Guto Parente, é um drama fantástico que se destaca pela sua abordagem poética e experimental, explorando a complexa relação entre pai e filho no contexto da pandemia de Covid-19 no Brasil.
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