ETERNOS

Eternals, EUA, 2021
Dir: Chloé Zhao

Sinopse: Os Eternos são uma raça de seres imortais que viveram durante a antiguidade da Terra, moldando sua história e suas civilizações enquanto batalhavam os malignos Deviantes.

O filme conta a história da criação e manutenção da existência humana e o foco é voltado para apresentação dos eternos que são os responsáveis pelo auxílio do desenvolvimento da civilização humana. A apresentação da raça dos eternos e sua contextualização é feita de maneira sistemática e gradativa. O filme mostra o pensamento e a forma como cada personagem lida com o apoio no desenvolvimento da raça humana de maneira objetiva, direta e com pouca margem para aprofundamento.

A narrativa é majoritariamente centrada em Sersi (Gemma Chan), Sprite (Lia McHugh), Ikaris (Richard Madden), Kingo (Kumail Nanjiani) e Karun (Harish Patel). Sendo Kingo (Kumail) e Karun (Harish) as figuras predominantes para as cenas de humor e os outros três estão voltados para o andamento dos eventos que dão o fôlego para o filme - a investigação sobre o retorno dos Deviantes.

Costumo assistir filmes de heróis sem expectativas porque geralmente me decepcionam, entediam, causam cefaléias terríveis com aqueles movimentos de câmera nervosa sem fim e a forma que é desenvolvido costuma ser extenuante e não dá prazer. Esse filme me surpreendeu positivamente porque é bem desenvolvido, a direção usou o tempo de maneira adequada para favorecer a ambientação da narrativa e as piadas estão construídas no tempo adequado para garantir o seu efeito. A direção de arte e efeitos especiais trabalharam bem o que garante a imersão.

O trabalho sonoro está impecável, os efeitos e equilíbrio estão adequados para a narrativa sem grandes alterações nos volumes. A experiência não agride os ouvidos mais sensíveis. Destaco o trabalho musical de Ramin Djawadi que garante uma experiência prazerosa e emocionante. Nesse filme é possível rir, se emocionar, se encantar... Em resumo: é divertido. A Marvel Studios leva suas produções para um nível de qualidade em que as coisas se encaixam em tempos tão precisos que fica difícil encontrar um espaço para pontuar alguma coisa que possa ter faltado. Para quem quiser saber mais sobre como a Marvel trabalha os aspectos sonoros de suas produções recomendo o vídeo The Marvel Symphonic Universe.

A história em si tem uma boa teoria mas não evoca uma reflexão e o verdadeiro conflito só começa no final do filme. Nesse primeiro momento o espectador é apresentado ao contexto. Quando pensei friamente sobre o assunto, fiquei com a impressão de que assisti ao maior teaser da minha vida. Se o projeto continuar dessa forma, será agradável a sua sequência. No mais, desejo a você um bom teaser.