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EXORCISMO SAGRADO

Por: Isadora Souza

The Exorcism of God/ 2021/ México/ Venezuela/ EUA
Direção:
Alejandro Hidalgo
Roteiro: Santiago Fernández Calvete, Alejandro Hidalgo
Elenco: María Gabriela, Joseph Marcell, Will Beinbrink
Duração: 1h38


Sinopse: Peter Williams é um padre local que trabalha no México. Ele acabou sendo possuído por um demônio que tentava expulsar e acaba cometendo o mais terrível sacrilégio. Dezoito anos depois, as consequências de seu pecado voltam para assombrá-lo, desencadeando a maior batalha interior.


 


Segundo longa-metragem do diretor venezuelano e o resultado da obra é digno se considerarmos o orçamento empregado. O filme explora a hipocrisia da instituição religiosa apresentando a conveniência interna para as suas deficiências e o drama pessoal do padre que não superou o episódio que vivenciou. O filme explica tudo o que apresenta mas a história não comove.


O pecado de Alejandro está no desenvolvimento da história. O início e o final estão bem delineados, mas a execução para atingir o desfecho torna a experiência penosa. Houve um desequilíbrio na duração de várias cenas. As que ficaram enormes, não possuíam ações nem conteúdo o suficiente que justificasse o seu prolongamento. As que precisavam de uma explicação densa foram encurtadas. O filme foge um pouco da abordagem que vi nos últimos tempos de exorcismo e isso foi divertido de ver. No entanto, se a história apresentasse um background mais sólido sobre a igreja, não ficaria tão enfadonha.


 


Houve uma linha tênue que quase foi rompida para a comédia. Por um breve momento eu tive dúvidas acerca da natureza do projeto. O discurso se torna risível quando os padres discutem acerca de pactos e acordos com demônios. Mas a dúvida surge em seguida, isso era para ser engraçado? O plot dá margem para acreditar numa possível sequência com explicações e aprofundamentos acerca do que foi pincelado nesse filme. O sofrimento e o peso da consciência do padre são até exploradas, mas isso não é o suficiente para sustentar a narrativa.


 


O trabalho de maquiagem está bem executado. Houve um certo exagero nos olhos mas de maneira geral ficou bem feita. A escolha das locações foi primorosa. A direção explorou um caminho que eu sentia falta em obras do gênero como o silêncio e a valorização sonora da ambiência. Na cena que o padre está em sua cama, me lembrei do primoroso trabalho de James Wan com suas tomadas a partir do ponto de vista do personagem. Alejandro também explora tomadas lentas com aproximação gradativa da cena. Outra questão que me alegra nesse projeto é que não se tem a utilização de jump scare, obrigada Hidalgo. De maneira geral é possível fruir a obra e abstrair seus lapsos. Ela é menos comercial do que o trailer mostra. Foi bom prestigiar um diretor que será o futuro do gênero na América Latina.


Resenhas
https://www.cinehorror.com.br/resenhas/exorcismo-sagrado?id=759
| 815 | 08/02/2022
O santificado e o divino são corrompidos em Exorcismo Sagrado
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