Furiosa: A Mad Max Saga, 2024, Austrália.
Direção: George Miller
Roteiro: George e Nico Lathouris.
Elenco: Anya Taylor-Joy, Chris Hemsworth, Alyla Browne, Lachy Hulme, Nathan Jones, Charlee Fraser e Tom Burke.
Duração: 148 min.
Sinopse: Quando o mundo entra em colapso, a jovem Furiosa é sequestrada do Green Place das Muitas Mães e cai nas mãos da horda de motoqueiros liderada pelo Senhor da Guerra Dementus. Vagando pela terra desolada, eles encontram a Cidadela controlada por Immortan Joe. Enquanto os dois tiranos lutam por poder e controle, Furiosa terá que sobreviver a muitos desafios para encontrar e trilhar o caminho de volta para casa.
“Furiosa: Uma Saga Mad Max”, quinto filme do universo criado por George Miller, um mundo distópico chamado de Wasteland, onde água, comida, armas e combustível são cobiçadas a ponto das pessoas matarem ou morrerem. Sobrevivência é a norma deste universo, não importa o que se tenha que fazer. Em 2015, George Miller surpreendeu o mundo com o excelente “Mad Max: Estrada da Fúria”, retornando ao universo que ele iniciou em 1979, ao lado de Mel Gibson. A franquia Mad Max criou um conceito de mundo pós apocalíptico que foi imitado, copiado e referenciado, não só no período, mas servindo de referencia ate os dias de hoje. Depois de dois filmes, o excelente e melhor da franquia “Mad Max 2: A Caçada Continua” (1981) e o mediano “Mad Max - Além da Cúpula do Trovão” (1985, codirigido por George Ogilvie), Miller parou com sua saga e dirigiu filmes bem diferentes, como os maravilhosos “As Bruxas de Eastwick” (1987), Óleo de Lorenzo (1992), produzir “Babe – O Porquinho Atrapalhado” (1995) e dirigir a continuação, “Babe 2” (1998) e ”Happy Feet” (2006), e quase dirigir “Justice League Mortal” (que seria lançado em 2008), Miller resolveu, após um longo hiato de 30 anos, voltar a sua maior criação. Mesmo sem a estrela principal, o ator Mel Gibson que encarnava o icônico Max Rockatansky (em seu lugar entrou o ator britânico Tom Hardy), e com uma série de problemas durante a produção, o longa foi um tremendo sucesso de público e critica, recebendo dez indicações ao Oscar e vencendo em seis categorias na edição 2016. Os fãs queriam um novo filme da franquia, e nove anos depois, Miller entrega aos fãs uma prequel, com a atriz Anya Taylor-Joy no lugar de Charlize Theron.
“Furiosa: Uma Saga Mad Max” conta a historia da protagonista, e de como ela veio a ser a personagem durona do filme anterior, e quais as motivações que a levaram às ações de “Mad Max: Estrada da Fúria”. No inicio vemos a pequena Furiosa brincando com uma amiga no Vale Verde das Muitas Mães. Ao descobrir que ele fora invadida por uma gangue, Furiosa alerta seus companheiros, mas acaba sendo sequestrada pelo bando de motoqueiros. Eles a levam para o seu líder, Dementus, um senhor da guerra tirânico, que faz da menina sua prisioneira na intenção de ela resolva apontar a localização do local.
Conforme eles vagam pelas terras devastadas, eles acabam encontrando a Cidadela, que é governada com punho de ferro por Immortan Joe, vilão do filme “Mad Max: Estrada da Fúria”, e que se torna um grande rival para Dementus. Ansiando por poder, Dementus invade e toma conta de Gas Town, dominando a produção de gasolina. Isso força Immortan Joe a negociar com ele, água e alimentos por combustível. Em meio à negociação, Immortan acaba ficando com Furiosa, para que ela possa crescer e se tornar uma “parideira”. Assediada por Rictor, Furiosa acaba se disfarçando durante ano como um menino e trabalhando na área mecânica da fortaleza. Acaba subindo de posto ao longo dos anos e vira suporte do piloto da Maquina de Guerra, o caminhão que faz a entrega de mercadorias, até que se torna um das motoristas. Em meio a isso tudo, ela não esquece a promessa feita a sua mãe, de que um dia retornaria a sua verdadeira casa. Em meio a isso, ela tem que sobreviver à guerra causada pela ganância de Dementus, que domina a Bullet Farm, acabando com a coexistência pacífica de seus líderes, que era importante para a sobrevivência de todos.
George Miller nos apresenta mais um ótimo filme de ação, com diversas cenas de tirar o fôlego em sequências caóticas muito bem elaboradas, como uma das melhores cenas de perseguição no deserto, quando dissidentes de Dementus atacam um comboio de Immortan Joe que iria para Gas Town. Impossível não se empolgar! Anya Taylor-Joy está muito bem como Furiosa, e embora não tenha muitas falas, ela se mostra capaz de emocionar sem precisar dizer nenhuma palavra, transmitindo sentimentos e sensações apenas com os olhos. Mas quem realmente brilha na tela é o ator Chris Hemsworth, como o insano e cruel (e ao mesmo tempo carismático) Dementus. A caracterização do ator é um dos destaques do filme. E fiquem atentos à aparição relâmpago de Max Rockatansky e seu interceptor!
A direção de fotografia é ótima, com diversas cenas que poderiam ser emolduradas. Novamente temos o uso maravilhoso dos efeitos práticos, principalmente nas cenas de perseguição, mas é uma pena que em muitas cenas, Miller deixou de lado os efeitos práticos, coisa que ele domina como ninguém, para usar um CGI, que em alguns momentos torna-se um incômodo, já que ficou bastante perceptível.
“Furiosa: Uma Saga Mad Max” não supera o seu antecessor, “Mad Max: Estrada da Fúria”, mas é um ótimo filme de ação, ampliando a mitologia do universo Mad Max, e é possivelmente o melhor filme deste ano.
Trailer:
Em um trem-bala indo rapidamente de Tóquio a Morioka, cinco assassinos profissionais descobrem que possuem o mesmo objetivo.