Editora: Indie Visivel Press
Autores: Ryan Parrott (Roteiro) e Dan Mora (Desenhos)
Páginas: 112
Power Rangers é uma franquia que tenho um certo apreço e muita nostalgia. Lembro de ser uma das poucas séries live action que me chamavam a atenção, já que meu interesse maior era sempre direcionado para as animações. Com sua primeira temporada indo ao ar em 1993 e contando com mais de 30 temporadas, novas aventuras chegam ao Brasil em formato de HQ’s. E nada melhor do que começarmos pelo início e pela temporada que originou este vasto universo, a equipe Mighty Morphin, onde conhecemos (ou revisitamos) a Alameda dos Anjos e seus respectivos guardiões: Jason, Kim, Trini, Zack e Billy.
A coleção “Go Go” começa logo depois do primeiro episódio da série de 1993, ou seja, Rita Repulsa foi libertada e Zordon teve que recrutar 5 jovens com diferentes habilidades para agirem como guardiões da Terra. Mas, diferente da série de televisão, a trama se preocupa muito em apresentar nossos protagonistas e todo o universo que os cerca. Vemos como nossos rangers interagem com seus pais, amigos e a própria cidade na qual eles vivem. Trazendo assim uma ligação maior entre o leitor e o universo. Um grande acerto neste aspecto é destacar como cada ranger se difere um do outro, tanto com seus gostos pessoais quanto suas ambições. Além disso, vemos como cada jovem lida com o fardo de ter um segredo que colocaria as pessoas ao seu redor em risco, lembrando bastante a primeira fase ultimate do Homem Aranha. Os rangers moldam ativamente a realidade ao seu redor, mas nem sempre Jason, Kim, Trini, Zack e Billy saem ganhando.
O roteiro de Ryan Parrott consegue demonstrar o quão fortes nossos protagonistas ficam ao se transformarem, algo que nunca ficou 100% claro para mim no programa de TV. Em Go Go, vemos o quão rápidos, fortes e habilidosos os rangers são. Mas, também vemos como esse poder mexe com a personalidade de um adolescente. O principal exemplo nesse primeiro volume é Jason, que entra em conflito com diversas autoridades por não conseguir “sair” da sua mentalidade de líder.
Porém, Go Go não traz apenas desconstruções e momentos mais sombrios para os rangers. O roteiro traz momentos felizes e que mostram como a amizade deste grupo é forte. Fazendo com que o leitor se preocupe e se lembre de momentos similares na própria vida. Mantendo o principal espírito de Power Rangers vivo, o pertencimento.
Dan Mora consegue nos trazer uma arte que mistura o traço ocidental de HQ’s com doses pontuais de mangá, principalmente nas expressões e nas iluminações. Cada personagem possui características que os tornam únicos e os ambientes da obra trazem um bom grau de imersão com os detalhes das infraestruturas. Um destaque para o colorista Raúl Angulo, que consegue dar uma sensação mística sempre que nossos herois se transformam ou visitam algum lugar com neon ou luzes fortes.
A Indie Visivel trouxe uma edição em capa mole que ajuda bastante a levar suas leituras durante o dia a dia, coleção de capas variantes, um pôster exclusivo para os assinantes da coleção e prefácio escrito por Ana Bélico, integrante do Mega Power Brasil, um dos maiores veículos de informação relacionados a Power Rangers. A edição é bem completa e mostra o carinho que a editora tem pelo produto.
Go Go Power Rangers expande e aprofunda a mitologia da franquia de uma maneira convidativa para fãs novos e antigos, além de trazer um amadurecimento para a trama que não víamos nas séries de TV. A HQ prende o leitor com sua narrativa cativante e arte dinâmica, se provando assim uma grata surpresa e digna da atenção do grande público.
Onde comprar:
A HQ pode ser adquirida tanto no site da editora: https://indievisivelpress.com.br/loja/.
Baseado em uma história real, 13 Exorcismos é um filme que fala sobre o medo do desconhecido e como algumas crenças religiosas podem ser mal administradas e dar origem a situações de autêntico terror.