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GUANABARA REAL: A ALCOVA DA MORTE

Por: Susana Costa

Autores: Nikelen Witter, A.Z. Cordenonsi e Enéias Tavares
Editora: Avec Editora
Páginas: 240
Ano: 2017


Fruto da iniciativa de um grupo em Santa Maria (RS), se desenvolveu o livro Guanabara Real: A Alcova da Morte, uma combinação forte de elementos da nossa cultura brasileira, de fantasia, mistério e tecnologia, caracterizando assim o nosso amado estilo Steampunk, através do uso de uma tecnologia muito mais avançada do que a encontrada na época, e o excesso de aparelhos mecanizados. Enéias Tavares, Nikelen Witter e A.Z Cordenonsi, autores da obra e estudiosos do movimento, mesclam na trama, investigação policial, mistério, ficção científica e um horror sobrenatural. Fazendo uma forte descrição do cenário carioca em fins do século XIX.


“Uma alcova secreta? Dardos envenenados? Portas que abrem em rochas sólidas? Firmino respirou fundo. A noite prometia ser “memorável”. ”


Fomentado por um assassinato durante a inauguração de um marco e uma ode ao progresso da cidade do Rio de Janeiro, se iniciam as aventuras da investigadora particular Maria Tereza Floresta e de seus parceiros da Guanabara Real. A história se passa no ano de 1892, introduzida a novos contextos e avanços tecnológicos, mantendo o período de riquezas e prosperidade exibido pelos barões, assim como traz a ressignificação do cristo redentor, monumento que teve a sua construção real no ano de 1922, mas abordada no livro como uma representação de poder, modernidade e futuro, e vista como portas para a chegada de investidores e de uma nova sociedade.


Em um ano rodeado por uma série de desaparecimentos, os detetives e policiais são tomados pelo mistério de um assassinato, durante a noite de inauguração da estátua do Corcovado. Devido à forte inépcia da polícia, eles precisam contar com a ajuda da Guanabara Real, uma agência de detetives, composta por Maria Tereza, Firmino Boaventura e Remy Rudá, para solucionar esse mistério, que esconde muitas coisas além da superficialidade, como a utilização dos avanços tecnológicos e a descoberta de uma série de signos, ligados ao misticismo.


Traz em sua composição fortes críticas sociais, através da representação de uma sociedade impregnada por preconceitos raciais e classicistas, decorrente do período no qual se passa, mas que se estende até os dias atuais. Traz também a diversidade através dos personagens e algumas das suas relações, e a questão de que mesmo com ideais distintos, as pessoas podem manter um elo de amizade e respeito, caso descrito através do relacionamento conflituoso entre dois dos integrantes da Guanabara Real.


As construções dos personagens são enriquecedoras, e determinadas a quebrar paradigmas e estigmas sociais. Por vezes, se aprofunda nas histórias passadas dos personagens principais, como forma de estabelecer as suas aspirações e motivações, assim como também descreve o passado de alguns personagens secundários, tornando-os menos superficiais e de suma importância para a resolução do caso.


A Guanabara Real é composta pela detetive Tereza Floresta, que frequentemente é subestimada em sua independência e em seu profissionalismo, por ser uma mulher. Ela é fortemente representada por sua determinação, autonomia e conhecimento, e mesmo assombrada por seu passado consegue ser o mais coerente possível em sua tomada de decisões. Já Firmino Boaventura, é um engenheiro muito a frente do seu tempo, vivendo em uma sociedade onde nem mesmo a recém-fundada República Brasileira, conseguira modificar os costumes preconceituosos. Além de sofrer preconceito por possuir implantes mecânicos como extensão do seu braço, suas capacidades são depreciadas devido à cor da sua pele, gerando diversos conflitos e fazendo o personagem ter que reafirmar o seu valor através da sua inteligência. Acompanhados por um místico e estudioso do oculto, Remy Rudá, que em sua calmaria e sofisticação aprecia desde as bebidas mais requintes, a orgias inimagináveis e livros proibidos. Possuindo habilidades de observação e dedução, assim como contatos para além do mundo físico.


A história traz uma rica recontextualização de ícones de outras épocas e de algumas construções, trazendo nomes conhecidos como o Barão do Desterro, Oswaldo cruz, a construção do Cristo Redentor e do trem do corcovado, referência a orixás e a capoeira. Buscando sempre mostrar a dualidade da ameaça que assola os personagens, fazendo uma separação contínua das vivências que envolvem as façanhas e descobertas tecnológicas, dos tormentos apresentados pelo mundo espiritual, utilizando a personagem Maria Tereza como a união desses dois mundos, ao se apresentar como compreensiva e receptiva a qualquer tipo indagação de seus parceiros que possa ajudar a solucionar o caso.


Envoltos pela ameaça de um espirito milenar, que precede todas as religiões como um devorador de vidas e de mundos, e de uma ameaça do mundo físico através de um cérebro inteligente e maquiavélico o bastante para financiar construções tecnológicas destinadas à mortes e sacrifícios, é que se desenvolve o mistério e as aventuras vividas por esse grupo de detetives com personalidades tão distintas, mas que por fim suas características se complementam para solucionar o caso.


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Resenhas
https://www.cinehorror.com.br/resenhas/guanabara-real-a-alcova-da-morte?id=547
| 762 | 18/02/2020
Guanabara Real: A Alcova da Morte é uma combinação forte de elementos da nossa cultura brasileira, de fantasia, mistério e tecnologia, caracterizando assim o nosso amado estilo Steampunk
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