Editora: Estronho
Autor: Arlindo Gonçalves
Ilustrações: Matheus Vigliar
Ano: 2021
“Levo em consideração o que a obra apresenta e não o que o artista tem a dizer sobre o seu trabalho pois acredito que ela deve ser capaz de ter expressividade própria.”
O livro apresenta uma história com boa ambientação, mas o seu encerramento compromete o que a carga dramática trouxe nas partes anteriores. Talvez esse tenha sido um dos pontos mais frágeis dessa obra. No geral a leitura proporciona reflexões sobre a vida em diversas óticas. Não percebi uma exploração psíquica tão aprofundada a respeito de nenhum personagem por isso é difícil saber qual era a intenção da obra no fim das contas.
Considerando a forma que o autor utiliza para a sua construção narrativa em alguns momentos ele coloca o leitor sob a ótica de alguns dos seus personagens. Em alguns momentos essa forma de compor contribui, mais especificamente na primeira parte e posteriormente já não surte o mesmo efeito.
A fluidez vocabular do autor permite que se compreenda o texto adequadamente até mesmo quando não se tem a indicação marcada de quem está dialogando pois os nomes dos personagens são citados na fala e isso guia o leitor.
O texto em si evidencia personagens brasileiros que por vezes não são percebidos, contudo estão presentes. Traz as dores e as perdas ocasionadas pelo período pandêmico e pelo contexto urbano frágil aproximando o leitor de realidades que não sejam tão notórias em seu cotidiano e por isso vale a leitura.
Onde comprar:
a história escrita por Nicholas Eames se assemelha muito a uma campanha de RPG, na qual os personagens constantemente fogem de seus arquétipos clichês e nos entregam reações autênticas a como as mudanças no mundo são apresentadas.
