Em todos os sentidos, Malassombro Volume 2: O Rio das Carrancas é um passo na direção certa. Desde o roteiro até a arte, essa segunda edição é uma excelente justificativa para quem já defendia o projeto desde o primeiro volume, começando a mostrar de verdade o potencial de André Balaio e Téo Pinheiro como roteirista e artista, respectivamente.
O volume dois mantém, com poucas mudanças, a estrutura de apresentação, com o espaço antes da história agora dedicado a introduzir a equipe responsável. O texto sobre a lenda que inspira a história, agora bem mais robusto e com detalhes genuinamente interessantes, foi deixado para o final.
Leitores do primeiro volume vão perceber já no primeiro quadro uma diferença drástica na arte. Logo de cara, é visível o talento de Téo Pinheiro para retratar ambientes externos, agora em cores, o que acrescenta bastante ao clima mais tenso proporcionado pelo roteiro. Além disso, o traço do artista, ainda fiel ao realismo, ganhou mais dinamismo, algo que não era tão presente no volume anterior.
A história acompanha Maria dos Anjos, uma menina travessa que vive com seus pais às margens do Rio São Francisco. Após fugir de um castigo, seu pai lhe conta a lenda do Caboclo D'Água, uma criatura humanoide que sequestra pessoas e as leva para o fundo do rio.
Embora o início seja relativamente lento, o roteiro logo adquire uma tensão bastante envolvente, complementada pela arte, que segue uma paleta crepuscular ao longo da narrativa. Desta vez, sentimos verdadeiramente a angústia dos personagens, com direito a um encontro direto entre Maria e o Caboclo, do qual ela escapa viva, mas não ilesa.
Esta continuação revela um grande avanço em relação ao primeiro volume. Se essa obra for um indicativo da direção que as publicações do Recife Assombrado pretendem seguir, é uma notícia extremamente animadora para os fãs de terror e suspense que estavam em busca de bons produtos nacionais.
Em Star Wars – Made in UK, os brasileiros podem finalmente, depois de quarenta anos, conhecer essa inusitada parceria.
