MATRIX RESURRECTIONS

The Matrix Resurrections, 2021, EUA.
Direção: Lana Wachowski
Roteiro: Aleksandar Hemon, David Mitchell
Elenco: Keanu Reeves, Carrie-Anne Moss, Yahya Abdul-Mateen II, Jonathan Groff, Neil Patrick Harris, Jessica Henwick, Jada Pinkett Smith, Priyanka Chopra, Christina Ricci.
Duração: 2h28
Sinopse: Em um mundo de duas realidades — a vida cotidiana e o que está por trás dela — Thomas Anderson terá que escolher seguir o coelho branco mais uma vez: A escolha, embora uma ilusão, ainda é a única maneira de entrar ou sair da Matrix, que é mais forte, mais segura, e mais perigosa do que nunca.

Matrix Resurrections vem para preencher lacunas que foram deixadas abertas após o final do ultimo filme da trilogia original (“Matrix Revolutions”, de 2003). A trilogia original, criação dos irmãos Larry & Andy Wachowski (agora Lana e Lilly Wachowski, na época conhecidos pelo ótimo “Ligadas pelo Desejo, pegou de jeito os fãs de ficção cientifica e cultura pop, unindo dezenas de referencias oriundas de outros filmes, dos quadrinhos e animações, criando uma mitologia que se expandiu pelo mundo dos games e gerando um excelente longa animado, “Animatrix”, que acabou se mostrando um produto melhor que os filmes subseqüentes à produção original.

Eis que quase 20 anos após o ultimo filme, somos surpreendidos por uma nova produção, que joga uma luz nos acontecimentos deixados em aberto, como o que aconteceu com o casal Neo e Trinity, e o que houve com a guerra entre máquinas e humanos.

O novo filme, dirigido apenas por Lana Wachowski, é recheados de elementos já vistos nos filmes anteriores (deja vu, uma brincadeira narrativa e visual que permeia o filme), brincando com metalinguagem, fazendo referencias aos filmes anteriores com destaque ao primeiro e melhor filme, brincando o tempo inteiro com o fator nostalgia.

Matrix Resurrections se passa 20 anos após os eventos que levaram ao hipotético fim da guerra e o acordo feito por Neo. Novos personagens descobrem que há um loop de cenas modificadas na Matrix e que Neo e Trinity estão vivos dentro da nova Matrix. No mundo exterior se passaram 60 anos e ETA acontecendo outra guerra, desta vez entre facções diferentes de máquinas. Dentro da Matrix, Neo vive sem se lembrar de sua vida anterior, vivendo como um designer de videogames, sendo responsável pela criação do jogo Matrix para a Warner Bros. Neste mundo, onde ele já tentou suicídio, ele se consulta com um terapeuta que lhe prescreve pílulas azuis para neutralizar as coisas estranhas e não naturais que ele ocasionalmente vislumbra em sua mente. Em um café que ele freqüenta, ele sempre observa uma mulher, que tem a aparência de Trinity, mas nenhum deles se reconhece. Neste mundo, uma nova versão de Morpheus (no filme é explicado quem é essa nova versão, e o que houve com o personagem do Lawrence Fishburne), surge, em companhia de uma mulher chamada Bugs, que lhe oferecem a pílula vermelha. O processo reabre sua mente. Ele descobre que a nova Matrix, é ainda mais segura e perigosa, com um novo gerente por trás, que tem um plano de prender Neo e Trinity para beneficiar o mundo das máquinas. Ele tem que relembrar de seus poderes e tentar resgatar a mulher que ama, ou ficarão presos novamente no mundo virtual.

O filme se mostra confuso em alguns momentos, mesmo com um didatismo explicito, onde diversos elementos vão sendo apresentados, e que podem exigir muito para os não iniciados na série cinematográfica e em suas ramificações (quadrinhos, jogos...). As cenas de ação são boas, mas carecem do impacto visual dos filmes originais, com sequencias de luta recheadas de poluição visual, se mostrando confusas em alguns momentos. Personagens com um ótimo potencial não são plenamente desenvolvidos, e alguns são simplesmente jogados em cena.

Matrix Resurrections é um bom filme, que vale a pena assistir, mas ainda aquém do potencial que poderia desenvolver. No fim das contas, o primeiro filme e Animatrix ainda são os produtos mais relevantes do universo criado pelos Wachowski.