Título Original: Men in Black: International (EUA – 2019)
Direção: F. Gary Gray
Roteiro: Lowell Cunningham, Matt Holloway, Art Marcum.
Produção: Steven Spielberg, Karim Debbagh, Laurie MacDonald, Erik Paoletti, Walter F. Parkes, Barry Sonnenfeld.
Elenco: Chris Hemsworth, Tessa Thompson, Kumail Nanjiani, Emma Thompson, Liam Neeson, Rafe Spall, Rebecca Ferguson, Bern Collaco.
Duração: 115 min.
Sinopse: Por décadas a agência Homens de Preto protegeu a Terra da escória do universo, mas agora precisa lidar com a maior das ameaças: um traidor, justo quando a agência torna-se internacional. É neste contexto que M (Tessa Thompson) tenta se tornar agente, já que teve uma experiência extraterrestre quando jovem e não teve sua memória apagada. Quem irá auxiliá-la nesta jornada é o atrapalhado agente H (Chris Hemsworth).
MIB: Homens de Preto – Internacional, é o primeiro filme da franquia sem a dupla que a popularizou, com os atores Will Smith e Tommy Lee Jones. A cinessérie foi baseada no quadrinho criado pela dupla Lowell Cunningham e Sandy Carruthers em 1990, e publicado em 1991 pela então editora Aircel Comics, que mais tarde viria a se tornar Malibu Comics – esta, por sua vez, foi comprada pela Marvel. Chris Hemsworth e Tessa Thompson (dupla de Thor: Ragnarok e Vingadores: Ultimato) estrelam o novo filme, dirigido por F. Gary Gray (A Negociação, Velozes e Furiosos 8) que amplia o universo da agência, levando os agentes H e M a uma vertiginosa aventura que atravessa vários países.
A trama do filme começa com uma ação na torre Eiffel dos agentes T (Liam Neeson) e H (Chris Hemsworth) impedindo uma invasão ao nosso mundo de uma entidade alienígena conhecida como A Colméia. Voltamos no tempo, e vemos uma criança de nome Molly vendo os pais sendo “neuralizados” por Homens de Preto, que caçam um alienígena que é salvo por ela. Essa criança cresce e se torna obcecada em entrar na agência, fazendo testes para o FBI e CIA. Em seu trabalho, ela hackeia satélites para buscar anomalias espaciais e encontrar, assim, a organização. Seguindo agentes que aprisionaram um alien (numa situação que ela tomou conhecimento por um tablóide sensacionalista) ela finge ser parte da organização, entrando no prédio que já foi visto nos primeiros filmes, mas é descoberta. Por conta de sua inicitiva, a chefe do departamento, a agente O (Emma Thompson) a torna uma “homem de preto” (por se uma mulher, este fato que rende piadas no filme) em experiência, a enviando para a filial de Londres, comandada por T, onde conhece o talentoso, boêmio e indisciplinado H. Em uma das cenas, temos homenagem aos agentes de J e K no filme, em quadros no escritório de T. Por sinal, o filme é recheado de easter eggs (um exclusivo para o Brasil, com a aparição do humorista Sérgio Mallandro!).
H e M saem em missão, proteger um alien, amigo de farras de H e herdeiro do trono de um planeta e falham. Na ocasião de sua morte, o alien confia uma caixa a M, que se revela uma arma extremamente letal e que envolve um caso de traição dentro da organização MIB. Perseguidos pela própria organização e por vários alienígenas, a dupla cruza metade do globo tentando desvendar o mistério que envolve a arma e ao mesmo tempo preservar suas vidas, numa trama que aos poucos vai sendo desvendada, com pistas que são espalhadas ao longo do filme. O roteiro investe na aventura e no humor, com diversas gags, mas também apresenta algumas derrapadas. Determinadas situações que acontecem no filme são previsíveis para olhos mais atentos (uma delas envolve a belíssima traficante de armas intergaláctica Riza, interpretada por Rebecca Ferguson, e seu guarda-costa). Os efeitos são bons, embora alguns alienígenas tenham ficado um pouco artificiais, mas este fato não compromete a diversão.
Embora se sinta falta da dupla original que detinha um carisma excepcional, a nova dupla não faz feio, tendo uma boa química em tela. Os efeitos da entidade lovecraftiana Colméia e dos aliens gêmeos são impressionantes. Com ação vertiginosa e diversas situações cômicas, o filme cumpre a missão de entretenimento e abre o caminho para a renovação da franquia, injetando sangue novo e ampliando o universo dos MIB.
Fronteiras do Medo, de Filipe Falcão, é uma obra muito bem feita que fala de forma clara e comparativa sobre o processo de criação do medo e as formas sutis em que ele aparece.