TÍTULO ORIGINAL: Napoleon | Ano de Lançamento 2023 | Reino Unido, EUA
DIREÇÃO: Ridley Scott
ELENCO: Joaquin Phoenix, Vanessa Kirby, Tahar Rahim, Rupert Everett, Mark Bonnar
ROTEIRO: David Scarpa
DURAÇÃO: 159 minutos
DISTRIBUIÇÃO: Sony Pictures
SINOPSE: Dirigido por Ridley Scott, o filme é um olhar original e pessoal sobre as origens de Napoleão Bonaparte (Joaquin Phoenix) e sua rápida e implacável ascensão a imperador, visto através do prisma de seu relacionamento visceral e muitas vezes volátil com sua esposa e verdadeiro amor, Josephine de Beauharnais (Vanessa Kirby). Era no calor da batalha que a mente talentosa de Napoleão como estrategista militar brilhava mais e ao mesmo tempo ele travava uma outra guerra: uma cruzada romântica com sua esposa adúltera. Vindo do nada, como um oficial de artilharia do exército francês, o longa retrata sua jornada, até ser derrotado e exilado na ilha de Santa Helena. Conquistando o mundo para tentar conquistar o amor dela, suas táticas lhe renderam uma forte reputação e foi preciso sete coalizões de potências diferentes para derrotá-lo. No entanto, quando não consegue conquistar seu amor, ele tenta destrui-la – e destrói a si mesmo no processo.
RESENHA:
Uma daquelas sagas de deixar qualquer amante da história admirado. Aqui, particularmente e felizmente as expectativas depositadas não foram frustradas. Joaquin Phoenix executa de forma brilhante e peculiar (mais uma vez) um papel digno de notória consagração. Desta feita interpretando o lendário Napoleão, uma figura histórica controversa é retratado no filme não apenas como um estrategista militar implacável e ambicioso, como frequentemente é descrito, vemos nesta narrativa um homem obstinado pelos seus objetivos de poder e conquista, mas que padece substancialmente de uma carência afetiva, diria que essencialmente freudiana, onde encontra na sua companheira Josephine de Beauharnais, uma amiga, amante, confidente, apesar da plena noção de ser um “cuckold” conformado.
A obra estabelece esse importante paralelo entre a narrativa do grande líder e o homem comum, tacanho, “sem modos”, sexualmente pervertido, emocionalmente instável, paranoico, de relacionamento afetivo absurdamente tóxico e contraditório, mas que foi capaz de conduzir a França pós-revolução a patamares de relevância e expansionismo bélico inimagináveis.
Talvez essa tenha sido a grande sacada dessa obra, conseguido tirar a figura do lendário Napoleão do seu “sagrado lugar comum”. A produção conseguiu se esmerar nos mais sutis detalhes, desde o banco que era utilizado pelo imperador para conseguir subir no cavalo (sim, Napoleão era muito baixinho) até a sua lascívia sexual, e, diga-se de passagem, as cenas de sexo no filme me fizeram rir bastante com os modos e vestimentas da época.
Sobre a produção de modo geral, a grandiosidade estética, os figurinos, a ambientação, as tomadas executadas nas batalhas monumentais encapadas por Napoleão tornam este filme O GRANDE ÉPICO DE 2023. E dada a exiguidade e adiantar do tempo creio que dificilmente será superado.
Ante tudo quanto exposto e constatado, “coloco minhas barbas de molho” e acredito que virá aí as indicações de: melhor filme, melhor ator (Joaquim Phoenix), direção (Ridley Scott), roteiro adaptado, figurino, fotografia, efeitos visuais... e por ai vai! Assim, um verdadeiro duelo de titãs pelo maior número de estatuetas do Oscar está para ser travado entre “Napoleão”, “Assassinos da Lua das Flores” e “Oppenheimer".
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O filme, uma produção de 2018, apresenta a rusalka, um ser da mitologia russa, que pode se assemelhar à sereia ocidental.