Autor e Desenhista: Carlo Ambrosini.
Editora: Skript.
Páginas: 312.
Acima dos pântanos, dos vales, das montanhas, das florestas, das nuvens, dos mares, para além do sol, do espaço celeste e dos confins das esferas estelares… nós temos Napoleone. Com essa pequena introdução tirada de um poema de Charles Baudelaire, somos apresentados a um mundo abstrato, um mundo das ideias que é habitado por criaturas que representam nossos pensamentos mais íntimos e intrusivos. Lá conhecemos Lucrécia, Caliendo e Faísca. Três diabinhos pessoais de nosso protagonista que é apresentado durante um sonho febril envolvendo um besouro. Quando Napoleone acorda podemos ver que ele nota e interage com seus diabinhos, mostrando como a percepção do protagonista mistura realidade e fantasia, a partir daí vamos acompanhar Napoleone em 3 histórias que vão desde narrativas noirs ao curioso mundo da psique humana.
Este material da editora Skript possui um bom acabamento, a arte de capa é chamativa e captura bem a essência da obra, além disso, o fato de ser capa dura faz os olhos dos colecionadores brilharem. Mas, o que chama mais atenção no material são os textos de apoio. Que falam tanto da origem editorial do personagem, quanto das histórias compiladas no material. São neles que descobrimos sobre a longa história do título, que chegou a durar 54 edições. Neste encadernado, temos em mãos as edições 1, 4 e 25.
As duas primeiras histórias funcionam muito bem para apresentar os personagens, além de Napoleone e seus diabretes temos: o comissário Dumas, o subinspetor Boulet, o próprio hotel Astrid e sua governanta Simenon. Na primeira aprendemos mais sobre o passado de Napoleone e o motivo de sua saída das forças policiais italianas. Além de sermos apresentados ao Cardeal, um grande traficante internacional que já cruzou o caminho com nosso protagonista diversas vezes. Essa primeira história é legal, mas não mostra todo o potencial narrativo que a obra possui, ela é divertida mas bem limitada.
Já na segunda a fórmula Napoleone começa a tomar forma e vemos como Ambrosini consegue apresentar e equilibrar o mundo real e metafísico. Além disso, somos apresentados a uma nova personagem que também consegue interagir com o mundo metafísico. O ápice dessa fórmula se dá na última história, onde o autor trabalha o conceito de vida e existência de uma maneira extremamente criativa e que até hoje é difícil de encontrar em outras mídias.
Napoleone é um bom material para quem gosta de histórias com elementos fantasiosos mas que ainda possuem uma relação forte com a realidade. Sua fórmula e protagonista , lembram bastante Constantine, porém Ambrosini consegue dar personalidade e roteiros que fazem Napoleone ser uma obra particular e que deixa os leitores ansiosos para a próxima aventura.
Onde Comprar:
Denis Villeneuve, dedica-se ao seu primeiro trabalho de ficção científica, e o resultado é de dúbia qualidade.
