Night Stalker: The Hunt for a Serial Killer (EUA/2021)
Direção: Tiller Russell
Elenco: Gil Carrillo, Frank Salerno, Tony Valdez
Duração: 3h9min
Este documentário sem sombra de dúvidas é uma das experiências mais empolgantes que vivenciei nos últimos tempos. A abertura apresenta planos convidativos e traz uma frase que sugere ser do próprio assassino: “Todos somos maus de um modo ou de outro. Não é?”. Ao longo do documentário é possível identificar que as falas gravadas de fato são as do assassino.
A edição é dinâmica e a construção da narrativa tem estilo próprio. A apresentação dos personagens com materiais antigos ilustram e contextualizam o espectador sem saturar. A criação dinâmica de narrativa com plano alternado entre o personagem e ilustração correspondente metafórica contribui positivamente para o ritmo e adição de adrenalina nos primeiros episódios.
A montagem aqui executa um primoroso trabalho utilizando planos quase estáticos para os depoimentos e dinâmicos para a construção dos episódios relatados. A recriação de cenas de crime, de construção dinâmica da investigação como se estivesse ocorrendo no momento em que se assistia também é responsável por gerar um quadro de tensão no espectador.
A utilização de materiais de época reforçou a relação de intimidade com o que estava sendo apresentado e também foi responsável por gerar entrosamento com os eventos. As ilustrações de coisas, contexto e situação da história se dão de forma palatável e não extenuante.Outra questão que gera aproximação é a apresentação de fotografias mesmo que nem sempre tão explícitas dos casos mais brandos. A série gera bons gatilhos ao final de cada episódio gerando excitação para continuar assistindo. A música é de bom tom e é utilizada adequadamente.
Uma questão pertinente que a obra apresenta é com a questão da divisão do departamento de polícia e que por uma questão de ego as pessoas acabam por omitir informações de cunho relevante para o desfecho de um caso. Também foi possível observar que instituições que teoricamente deveriam se ater aos fatos para resolver problemas podem acabar gerando mais problemas justamente por não prover crédito a quem traz novas ideias - já que era um caso totalmente diferente do que havia ocorrido até a época. Isso reforça o quanto a humanidade ainda precisa evoluir para que a sociedade atinja pontos de excelência para a convivência harmoniosa apesar do caos.
O encerramento apresentou atenuação nas transições e no ritmo de montagem dando espaço para que o foco do espectador fosse canalizado para os últimos depoimentos e os registros documentais. A experiência final é boa pois a sede de justiça apesar de tudo é contemplada.
Criado por Roy Thomas e Gil Kane nas hqs do Homem-aranha, o vampiro Morbius chega aos cinemas.