Autor: Jhone Amaral
Editora: Selo jovem
Ano: 2015
Crepúsculo com certeza não é, ou não deveria ser, uma grande referência para a literatura de horror com vampiros. Um clássico por toda certeza seria Drácula e se procura por violência, Hellsing não decepciona. Mas existe um meio termo? Não muito moderno mas não muito clássico, não muito sanguinário mas ainda assim, não romantizado?
O personagem principal de "Noites, Nascidos para Morrer" e a escrita tem muitas similaridades: Tanto Miguel quanto a escrita são ansiosas e não muito maduras. Suas inquietações são previsíveis, Miguel bate tanto na tecla de ser selvagem que quando, 5 páginas depois, quer deixar de ser, tudo parece insincero, forçado.
Noites é uma história sobre o vampiro Miguel, transformado e sem memorias de sua antiga vida, e Giulia, uma humana que acaba por se revelar bem mais anciente, seus discursos são um pouco conturbados. “ironicamente” eles formam um casal conturbado.
O personagem principal, Miguel, nos é apresentado como um selvagem, uma alma (ou sem alma) livre e pode ser descrito como uma besta com coração - nos lembrando muito um Edward recém transformado – sedento por sangue, odioso mas com vontade de mudar, acessar sua humanidade. E talvez seja esse o problema com o desenvolvimento com Miguel: o personagem é contraditório e repetitivo; no mesmo instante que fala sobre o ódio e a supremacia que tem pelos humanos, ele mostra que gostaria de ser um deles. Miguel faz isso de forma desconexa, seus sentimentos não são um porem ou uma causa, eles vem e vão.
A construção de personalidade de Miguel é basicamente essa: um descontrolado e quer mudar. O vampiro nunca parece seguro sobre nada e muda de opinião muito fácil, nem mesmo sua personalidade é muito clara.
Sinto que Noites é o tipo de livro criado pela pessoa que cansou de ter o que não quer no mercado. Não conheço Jhone Amaral mas ele parece ser o tipo de pessoa que leva o “faça melhor então” muito a sério.
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