O AUTO DA COMPADECIDA 2

Brasil, 2024
Direção: Guel Arraes, Flavia Lacerda.
Roteiro: Guel Arraes, Jorge Furtado, João Falcão, Adriana Falcão.
Elenco: Matheus Nachtergaele, Selton Mello, Virginia Cavendish, Luis Miranda, Humberto Martins, Taís Araújo, Fabiula Nascimento, Juliano Cazarré.
Duração: 1h 54m

Sinopse: Mais de vinte anos depois de O Auto da Compadecida (2000), João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello) voltam para as telas brasileiras. O ator Luís Mirando também estará na produção, interpretando um personagem malandro que ensinou malandragens para João Grilo.

Um filme da Conspiração Filmes, baseado na obra de Ariano Suassuna e dirigido por Guel Arraes e Flávia Lacerda. O filme traz as aventuras e peripécias de João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello), 25 anos depois de suas primeiras aventuras. O filme conta ainda com a participação de personagens antigos como Rosinha (Virgínia Cavendish) e o cangaceiro Joaquim Brejeiro (Enrique Díaz).

A história se passa anos depois da ressurreição de João Grilo. Chicó, continua na cidade de Taperoá, que está sendo assolada pela seca, contando as histórias sobre a vida de João Grilo, que desapareceu anos após os acontecimentos do primeiro filme, bem como foi abandonado por Rosinha. O filme traz os mesmos contextos do primeiro filme. A seca do sertão, a tentativa de João Grilo de se dar bem e sair da pobreza, bem como a ingenuidade do Chicó.

Os aspectos de novidade é o advento da tecnologia com a rádio da cidade conduzida por um homem que deseja se candidatar a prefeito. A trama gira em torno de João Grilo trabalhando para os dois lados dos candidatos a prefeito, fazendo com que assim, se torne tido como santo na cidade e um candidato melhor a prefeito, pois apenas ele entende as dificuldades e a miséria que o povo passa. O mesmo é tido como santo, pois a cidade não tinha chovido por meses e, com seu retorno, as primeiras gotas d’água caem na cidade. O filme traz um cenário belíssimo baseado nos cordéis nordestinos bem como uma trilha sonora de tirar o fôlego. O ponto negativo é que, o filme em certa parte, acaba se tornando mais do mesmo, trazendo a sensação de Deja vu, estragando a sensação saudosista do filme.

Um dos pontos fortes é trazer a dualidade do homem quando, João Grilo se vê como Deus e o Diabo ao mesmo tempo, mostrando que o bem e o mal habitam todas as pessoas. O filme é uma obra, um clássico revivido que traz excelentes lembranças, mas no decorrer, acaba se tornando um tanto repetitivo, mas não tirando ainda sim o brilhantismo da obra. Um trabalho que, com certeza vale a pena se levar a família para ver essa obra nos cinemas, para reviver os velhos tempos e apresentar aos novos apreciadores da sétima arte, um clássico do cinema brasileiro.