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O JOGO DA MORTE

Por: Ivan Rios (O Mago Supremo)

TÍTULO ORIGINAL: YA idu igrat | Ano de Produção: 2021 | Rússia
DIREÇÃO:
Anna Zaytseva
ELENCO: Anna Potebnya, Anastasiya Bratsyun, Danya Kiselyov, Diana Shulmina, Ekaterina Stulova, Olga Pipchenko, Pavel Yulku, Polina Vataga e Timofey Eletskiy
ROTEIRO: Usama Hossam El Din
DURAÇÃO: 91 minutos
DISTRIBUIÇÃO: Paris Filmes


SINOPSE: “O Jogo da Morte” é um filme de terror que se passa em uma cidade russa, onde a personagem principal, Dana, busca entender a misteriosa morte de sua irmã mais nova. Ela descobre um jogo online cruel que incentiva desafios de automutilação e decide entrar nele para descobrir os responsáveis pela morte de sua irmã. O filme é uma reflexão sobre os perigos da exposição online e a preocupação que os pais devem ter com a segurança das crianças, trazendo à tona a importância do diálogo sobre os riscos da internet.



RESENHA:


"O Jogo da Morte", apesar de sua premissa intrigante, é um filme que se perde em sua própria narrativa. A trama gira em torno do jogo cruel "Baleia Azul", que promove nos seus participantes uma sequência de desafios que vão desde tarefas subversivas até a automutilação e suicídio. No entanto, a narrativa superficial e previsível, juntamente com atuações medíocres, tornam a experiência do espectador sofrível.


A direção do filme parece não ter qualquer preocupação estética com a obra, o que leva o público mais crítico a questionar se de fato essa obra deveria chegar às telas do cinema através da renomada distribuidora Paris Filmes. A filmografia é tão tosca e intencionalmente mal projetada que chega a ser um insulto à arte do cinema para os verdadeiros admiradores do gênero. A obra inutilmente tenta estabelecer correlação com a dinâmica das redes sociais e como se operacionaliza o dilema cotidiano vivido pelos personagens centrais.


 


O filme sugere que o fenômeno do jogo começou nas redes sociais na Rússia e logo se espalhou para outros países da Europa Oriental, Índia, Estados Unidos e até mesmo no Brasil. No entanto, a falta de profundidade na exploração deste aspecto deixa o público “a ver navios”. Se o objetivo de alguma forma foi identificar a potencial ameaça por trás da macabra e perversa lógica do jogo, o objetivo foi significativamente frustrado, o filme é simplesmente péssimo em tudo o que se propõe, principalmente em tentar alcançar qualquer patamar de seriedade. Volto a ressaltar, tanto pelas atuações pífias, quanto pela forma “tosca” e descomprometida como a narrativa é conduzida. O que é lamentável diante da magnífica trama potencialmente desperdiçada. É um filme que definitivamente não se pode levar a sério, o que sinceramente chega a ser algo estranho, “surreal”.


As aludidas e famigeradas cenas de terror aqui postas de tão infantilizadas fazem com que fotos de integrantes e capas de álbuns das bandas de Black Metal dos anos 90 usando “corpse paint” sejam mais assustadoras... A clara ideia que se tem é de que em dado momento o filme tentou ser inovador em sua abordagem, trazendo uma história que (convenhamos) não tinha como dar errado, e conseguiram incrivelmente fazer a coisa desandar de tal maneira que logo nos primeiros minutos é perceptível a constatação da forma trivial e incompetente como a narrativa será (e é) conduzida no decorrer da obra.   


 


Dentre as inumeráveis falhas, o filme consegue acertar exclusivamente em um aspecto: se ater ao fenômeno perigoso do jogo da "Baleia Azul". O que serve como um lembrete assustador dos perigos da exposição online e da necessidade de proteger as crianças desses riscos. De positivo, é só isso, e isso só...


Apesar de trazer um tema pesado, muito importante para o debate entre os jovens e seus pais, sobretudo por destacar aspectos fundamentais como o uso indiscriminado das redes sociais tendo como cenário de fundo as relações familiares, a mensagem lamentavelmente se perde na execução pobre do filme.


 


Assim, embora tenha a pretensão de chocar os espectadores com sua trama aterrorizante, a coisa aqui ficou apenas no campo do ideal platônico (totalmente idealizado) da pretensão mesmo, esse nada mais é do que um filme didático/pedagógico muito mal dirigido, sendo que a falta de empolgação, as inconsistências narrativas, as atuações medíocres certamente o condenam inevitavelmente ao esquecimento.


Para concluir, “O Jogo da Morte” em que pese o magnífico e rico tema pelo qual se propõe, POSSUÍA a capacidade de se tornar um referencial no cinema, porém, lamentavelmente, consegue a façanha de se desviar em seu próprio objetivo. Uma experiência sofrível para quem assiste, pela notória superficialidade do roteiro, performances insatisfatórias e produção estranhamente rudimentar.


INSTAGRAM: @ivansouzarios



Resenhas
https://www.cinehorror.com.br/resenhas/o-jogo-da-morte?id=1117
| 655 | 22/02/2024
Apesar de sua premissa intrigante, é um filme que se perde em sua própria narrativa.
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