The Monkey, EUA, 2025.
Direção: Osgood Perkins
Roteiro: Osgood Perkins. Baseado em "The Monkey" de Stephen King.
Elenco: Theo James, Colin O'Brien, Elijah Wood, Tatiana Maslany, Christian Convery, Adam Scott, Osgood Perkins.
Duração: 100 min.
Sinopse: A trama acompanha os gêmeos Bill e Hal, que descobrem um antigo macaco de brinquedo no sótão de seu pai. A partir desse momento, uma série de mortes terríveis começa a acontecer. Tentando se livrar do brinquedo e seguir em frente, os irmãos decidem descartá-lo e, com o tempo, distanciam-se desse passado sombrio. No entanto, o terror parece não os abandonar.
Adaptado de um conto do mesmo nome, que faz parte da coletânea “Tripulação de Esqueletos”, publicado originalmente em 1985, que reúne contos curtos do mestre do terror Stephen King. Foi desta coletânea, por exemplo, que tem o conto original de “O Nevoeiro”, adaptado magistralmente por Frank Darabont em 2007. Darabont pretendia adaptar o conto após a conclusão de “O Nevoeiro”, mas acabou não levando adiante.
“O Macaco” dirigido e escrito por Osgood Perkins, que havia surpreendido com o ótimo “Longlegs”, e produzido por James Wan (Jogos Mortais, Annabelle, M3gan), é a mais nova adaptação baseado em obras de Stephen King, que teve uma ótima campanha publicitária e despertou a curiosidade dos fãs do mestre do horror. King já teve outros contos curtos adaptados para o cinema, seja em antologia com historias curtas, ou em longa-metragem. A grande maioria se enveredou pelo suspense e pelo horror sério, outros mesclaram com um pouco de humor, e poucos assumiram um lado mais nonsense ou anárquico. “O Macaco” está embutido na ultima categoria.
A historia, diferente do livro que é contada com diversos flashbacks, sendo mais linear, é bastante simples: os gêmeos ainda criança, encontram um brinquedo, um macaco de brinquedo, que quando o mecanismo em suas costas é girado, ele toca seu instrumento (no filme, um tambor) e mortes acontecem. No conto original, muitas vezes não é necessário que se de corda para que tragédias aconteçam, o brinquedo se aciona sozinho. Hal, um dos irmãos descobre a natureza sinistra do brinquedo, e juntamente com o irmão, tentam se livrar dele. Anos depois, o macaco volta a atormentar Hal. E ele tem que descobrir como se livrar definitivamente do objeto amaldiçoado.
O filme conta com diversas mudanças em relação ao curto conto original (por volta de 20 páginas). A história original apresentava um macaco de brinquedo Jolly Chimp com cimbalos, mas, no filme, eles foram substituídos por um tambor. Isso não chega a ser uma mudança tão significativa, mas no conto original tinha momentos que o som dos pratinhos metálicos era para causar pânico ao narrador, no caso o Hal, além das tentativas dele em silenciar amarrando os braços do macaco ou quando os dedos são prensados entre os pratos. O roteiro original da produtora Atomic Monster era muito mais sério, mas Perkins, querendo se diferenciar de outros filmes de brinquedos possuídos preferiu um tom de galhofa. E isso fez toda a diferença... só que para um lado ruim!
Desde a primeira morte, “O Macaco” se mostra um filme exagerado, com mortes exageradas (nada contra, muito pelo contrário) que são puro pastelão. Esperava-se um filme tenso, mas em muitos momentos parecia uma das sequencias (ruins) de “Todo Mundo em Pânico”. As mortes são bem gráficas, ponto para a direção que preferiu acertadamente não colocar nada chocante off screen, mas o CGI em diversos momentos atrapalha a experiência. Algumas mortes são bem divertidas, e podem remeter as mortes exageradas da franquia “Premonição”.
“O Macaco” é um filme decepcionante, e que não se leva a sério em nenhum momento. Os personagens são pessimamente construídos (com exceção da mão dos gêmeos, interpretada pela Tatiana Maslany) e não transmitem empatia, com cenas caóticas e aceleradas, momentos e personagens constrangedores, que transmitem mais vergonha do que a sensação de estar assistindo um bom filme B ou até mesmo um bom filme trash. Mas, também tem diversos momentos divertidos e deliciosamente sangrentos, beirando o nonsense, mas isso não tira a sensação de tempo perdido após o encerramento do filme. E para quem espera alguma cena pós credito, apenas uma frase, com a tela escura, é ouvida, e não vale à pena ficar ate o final.
Trailer:
Napoleone é um bom material para quem gosta de histórias com elementos fantasiosos mas que ainda possuem uma relação forte com a realidade.