Madeleine Collins (França, Bélgica, Suíça)
Direção: Antoine Barraud
Elenco: Virginie Efira, Quim Gutiérrez, Bruno Salomone, Thomas Gioria
Duração: 1h41
Uma mulher que parecia estar no controle de sua vida vê tudo virar de cabeça para baixo quando pressões familiares começam a lhe atormentar. A razão disso tudo? Ela tem uma vida dupla. A história que vemos a atriz Virginie Efira interpretar nesse filme é de Judith e Margot. Judith é casada com o músico Melvil Fauvet e Margot era casada com o artista plástico Abdel Soriano.
Vemos a personagem numa posição de poder mas o tempo inteiro temos a impressão de que as coisas não parecem estáveis. Isso se deve ao fato das contínuas cobranças que se acumulam e que ela não consegue mais atender ao mesmo tempo em que deseja manter as coisas como estão. A história também constrói um paralelo masculino do filho da personagem com o amante - ambos necessitam da presença feminina sob o seu domínio.
No entanto existe uma certa hipocrisia que não faz sentido e não se sustenta durante a narrativa. O Abdel com quem Judith trai o marido dá a entender que quer ficar com ela. A personagem que estava levando aquela situação apenas como um caso extraconjugal se vê obrigada a decidir entre o seu casamento ou a sua nova vida romântica.
Em determinado momento de pico dessa narrativa a personagem fica revoltada que ao tomar uma decisão por pressão externa e para atender a sua felicidade tudo se desmorona pois o seu amante apenas usufruiu da companhia dela enquanto estava enlutado. Ela o faz ver que foi usada e ele se desculpa por isso. A história, no entanto, revela que a fuga da personagem não é por conta do que ela não conseguia equilibrar e sim do que ela não queria perder: A sua liberdade.
Não há muito o que destacar da cenografia, direção de arte ou fotografia aqui. A força do filme se concentra nas ações da personagem e no roteiro. O olhar da direção também se faz tradicional. Talvez a boa dica que esse filme possa nos passar é: Não abra mão da sua liberdade e não fique com pessoas enlutadas. Elas não estão num momento bom e quando se recuperarem podem não querer mais estar em sua companhia.
Reckless é um marco na carreira de Brubaker e Phillips, pois apresenta uma visão mais positiva do mundo, diferente de outros trabalhos da dupla.