Título Original: Crawl (EUA, Sérvia, Canadá – 2019)
Direção: Alexandre Aja
Roteiro: Michael Rasmussen, Shawn Rasmussen.
Produção: Alexandre Aja, Sam Raimi e Craig Flores (Ghost House Pictures, Renaissance Pictures).
Elenco: Kaya Scodelario, Barry Pepper, Morfydd Clark, Ross Anderson.
Duração: 87 min.
Sinopse: Quando um enorme furacão atinge sua cidade natal na Flórida, Haley (Kaya Scodelario) ignora as ordens das autoridades para deixar a cidade e vai em busca de seu pai desaparecido (Barry Pepper). Ao encontrá-lo gravemente ferido, os dois ficam presos na inundação. Enquanto o tempo passa, Haley e seu pai descobrem que o aumento do nível da água é o menor dos seus problemas.
Alexandre Aja tomou o mundo do horror de assalto com o ótimo filme Alta Tensão (Haute Tension, 2003), que pertence a safra do New French Extremity. Sempre apostando no horror e suspense (e na diversão do público) ele ainda dirigiu o fantástico remake de Quadrilha de Sádicos – (Viagem Maldita, 2006) -, alternando filmes divertidos e sem compromisso como o novo remake de Piranha (Piranha 3D, 2010) e outras produções razoáveis (Espelho do Medo, Amaldiçoados). “Predadores Assassinos”, filmado em locações na Sérvia, com co-produção do mestre Sam Raimi, é uma grata surpresa. Sendo um filme de orçamento relativamente baixo, pouco mais de 13 milhões, tem feito uma boa carreira no cinema, agradando as fãs que se sentiam órfãos de filmes decentes com crocodilos assassinos, como no clássico de Lewis Teague, Alligator (1980), ou produções como Pânico no Lago (1999), Primitivo (2007), Medo Profundo (2007) e Morte Súbita (2007).
O roteiro do filme é bem simples: a sobrevivência de uma dupla tentando escapar de animais assassinos durante uma enchente que acontece por conta de um furacão. Escrito pela dupla Michael e Shawn Rasmussen, “Predadores Assassinos” mantém a tensão o tempo todo. Iniciando com a apresentação da personagem Haley (Kaya Scodelario), treinando para ser uma ótima nadadora. Por conta de uma ligação de sua irmã, ela descobre que o pai de ambas não atende as chamada de celular, e um furacão se aproxima da cidade. Partindo em busca de seu pai, ela o descobre inconsciente e gravemente ferido embaixo da casa. Quando tenta levar seu pai escadas acima, acaba descobrindo que não estão sozinhos. Jacarés extremamente ferozes estão à espreita, e o nível da água sobe cada vez mais, enquanto outras feras perambulam fora da casa atacando quem se aproxima.
Alexandre Aja constrói a tensão, trabalhando bastante o suspense. Os ataques são brutais, com direito a uma boa carnificina típica do diretor, e os Jacarés são bem convincentes, mesclando espertamente efeitos digitais e práticos. O medo é bem palpável nos atores, com o diretor ocultando os lagartos nas sombras e sob a água, usando a câmera de forma eficiente, sem apelar muito para os jump scares gratuitos, tão comuns em produções de maior orçamento ou visando o público infanto-juvenil. As sequências de ação são bem construídas e as atuações são convincentes e ajudam a trazer realismo à produção. O roteiro trabalha bem a relação de Haley com o seu pai, com flashbacks da infância da protagonista, mostrando os motivos dos conflitos entre os dois e como a relação deles vai mudando durante o desenrolar do filme. O filme tem alguns momentos que podem ser irreais ou ilógicos, já que devido a mutilações sofridas, alguns personagens não aparentam estar sofrendo tanto quanto deveriam, mas não chega a estragar o divertimento.
“Predadores Assassinos” é uma grata surpresa, divertindo e assustando na medida certa e merece ser conferido.
Este livro é ofensivo. Se você se ofender, o problema é seu. Ninguém mandou você comprá-lo e lê-lo.