Editora: Mino
Autores: Ed Brubaker e Sean Phillips
Páginas: 144
Ao longo da vida é comum se deparar com o sentimento de vazio, tanto que muitas pessoas passam suas estadias na terra em busca de algum significado ou de alguma experiência que alivie este sentimento. É com essa premissa que Ed Brubaker e Sean Phillips nos apresentam Reckless, uma série de graphics novels de ação e suspense centradas em como indivíduos lidam com duas grandes ameaças: o mundo e a sensação de se sentir incompleto.
Nosso protagonista se chama Ethan Reckless, um ex-agente do FBI que trabalhou infiltrado em movimentos radicais estudantis durante a guerra do Vietnã. Ethan saiu da agência após uma tragédia que o deixou sem boa parte de suas memórias e com cicatrizes em seu rosto. Porém, o fator decisivo para sua saída foi a perda de fé no sistema. Ele começou a simpatizar com os ideais dos grupos que investigava e até mesmo se apaixonou por um de seus alvos.
Após sua saída do FBI, Ethan se adota uma nova identidade e se torna um “resolvedor de problemas”. Tendo como base um cinema antigo e uma colega que ajuda a filtrar os trabalhos que lhe são oferecidos. Durante esse período de apresentação, vemos que a razão por trás desses serviços vai além da necessidade monetária. Ethan precisa ajudar pessoas, caso contrário, seu quadro de insônia piora imensamente. Este é um dos fatores mais interessantes da HQ, mesmo Ethan precisando fazer estes atos de bondade, ele enxerga a beleza em ajudar as outras pessoas e compreende a importância de melhorar o dia de alguém, independente do mundo estar indo para uma direção ruim.
A história deste primeiro volume começa quando Ethan é contatado por um antigo conhecido que lhe oferece um serviço, recuperar sua parte de um assalto a banco. A partir daí começa uma ótima história de ação, uma marca registrada de Brubaker, que mistura aspectos de espionagem com histórias neo noirs.
Reckless é um marco na carreira de Brubaker e Phillips, pois apresenta uma visão mais positiva do mundo, diferente de outros trabalhos da dupla como Criminal e Fade Out (ambos publicados pela Editora Mino). As cores são mais vibrantes, os personagens encontram e demonstram momentos de afetos genuínos entre si, e o leitor é convidado para uma reflexão pessoal sobre empatia e cooperação dentro de nossa sociedade.
O acabamento gráfico reflete a qualidade da obra, uma capa que homenageia posters de filmes de ação dos anos 80, um posfácio escrito pelo próprio autor, uma coletânea com partes do processo criativo e diversos rascunhos. Mais um belo volume da biblioteca Brubaker lançado pela editora Mino.
Em conclusão, Reckless é uma boa história de ação, não tenta reinventar a roda e tem tudo para empolgar o leitor. Fora que nos traz um insight sobre a visão de mundo de seus criadores e retrata muito bem a loucura que eram os anos 70 e 80.
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