TÍTULO ORIGINAL: Wonka | Ano de Lançamento 2023 | EUA
DIREÇÃO: Paul King
ELENCO: Timothée Chalamet, Hugh Grant, Rowan Atkinson, Keegan-Michael Key, Paterson Joseph
ROTEIRO: Paul King, Simon Farnaby
DURAÇÃO: 117 minutos
DISTRIBUIÇÃO: Warner Bros.
Sinopse: Wonka é uma comédia musical baseada no clássico livro A Fantástica Fábrica de Chocolate, do autor britânico Roald Dahl. O filme mostra as origens da história do jovem Willy Wonka (interpretado por Timothée Chalamet), que apareceu nos cinemas pela primeira vez na produção de 1971 e, mais tarde, ganhou um remake estrelado por Johnny Depp em 2005. Antes de se tornar a mente brilhante por trás da maior fábrica de chocolate do mundo, Willy precisou enfrentar vários obstáculos. Cheio de ideias e determinado a mudar o mundo, o jovem Wonka embarca em uma aventura para espalhar alegria através de seu delicioso chocolate. Nela, ele acabou conhecendo o seu fiel e icônico assistente, Oompa Loompa (interpretado por Hugh Grant), que o ajudou a ir contra todas as probabilidades para se tornar o maior chocolatier já visto. Mostrando que as melhores coisas da vida começam com um sonho, o filme mistura magia, música, caos, afeição e muito humor.
É impossível assistir Willy Wonka sem comparar com os clássicos filmes da Fantástica Fábrica de Chocolate: de 1971 de Mel Stuart com Gene Wilder e de 2005 de Tim Burton com Johnny Depp. E para quem conhece além, o livro Charlie e a Fábrica de Chocolate de Roald Dahl, escrito em 1964. O conceito primordial da fantástica fábrica de chocolate é o visual, as cores presentes remetendo à imaginação infantil. No filme de 1971 a presença dessas cores é muito marcante e devido ao cenário de guerra fria é quase um “descanso” para quem assiste. No de Burton tem a tecnologia mais inserida na narrativa, também relacionada à esperança infantil com um ar um pouco mais macabro. Já nessa nova versão do Willy Wonka não há uma paleta de cores determinante, há sim a presença de cores que remetem ao fantástico e a imaginação e esperança infantil em perseguir os sonhos, mas não de forma marcante para o telespectador.
O enredo foi feito para nova geração, ou para quem quer relembrar referências do filme de 1971, como a famosa xícara comestível, o barco do rio de chocolate, ou até mesmo a caracterização idêntica do Oompa-loompa (referência das características do livro e do primeiro filme alteradas na versão de 2005), o Willy de Chalamet parece bastante uma versão mais jovem do Willy dessa versão. Mas a geração marcada pelo filme de 2005 sente falta de uma representação nos daddy issues e crises de identidade. Para esses espectadores a falta de camada dos personagens vai mudar a experiência, a sensação é de não se conectar em nenhuma parte do filme.
Wonka é um filme de ficção fantástica majoritariamente infantil, mas ainda assim tem relevância política, denuncia uma sociedade regida pelo poder de poucos durante todo o longa. Talvez a intenção do diretor até tenha sido colocar o Oompa-loompa na figura de sarcástico e travesso sem se comportar como extensão do ego do colonizador, rompendo estigmas de recreativos e sociáveis, seguindo o caminho que Burton começou. Além disso, com um elenco de milhões, Timothée Chalamet, Hugh Grant e Rowan Atkinson dão uma surra de atuação, música e boas risadas, é muito engraçado do começo ao fim, o filme tem uma linearidade e não é nem um pouco cansativo. A trilha sonora do musical é muito interessante e há referência a Pure Imagination, música presente no filme estrelado por Gene Wilder (confesso que essa parte foi mais emocionante).
Cuidado aí, a experiência com esse filme vai entregar a sua geração! No mais, prenda a respiração, faça um pedido e conte até três.
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