Autor: Chris Wright
Série: Space Marine Battles
Editora: Black Library
Páginas: 416
O subsetor Contqual tombou sobre a influência do deus do caos Slaanesh, cabe então à astra militarum e o chapter dos Iron Hands trazer seus diversos mundos de volta à luz do império humano. Essa é a premissa básica do Wrath of Iron, um livro repleto de ação que poderia muito bem ser só mais um livro sobre soldados geneticamente modificados enfrentando demônios, mas graças ao autor, o combate no mundo de Shardenus se torna um plano de fundo para discutir diversos temas como lealdade, força e dever.
Logo no início somos apresentados às diversas forças que em conjunto coordenam o ataque principal à capital de Shardenus, muitas facções do Império estão presentes no livro: Space Marines, Guarda Imperial, Titãs, Commissariato e até cultos de sangue. Mas, o grosso da narrativa é focado na interação entre Space Marines e Guarda. Essa relação entre humano e super soldado é um dos conflitos mais constantes do livro, já que poucos chapters de Space Marines respeitam os humanos comuns.
Os Iron Hands se recusam a compartilhar qualquer tipo de estratégia com a Guarda, constantemente levando os soldados humanos a missões suicidas enquanto os marines utilizam a Guarda como distração para realizarem outros ataques. A grande filosofia do chapter é reconhecer a fraqueza da carne e abraçar a superioridade da máquina. Logo, quase todos os membros dos Iron Hands são mais ciborgues do que humanos, tornando o pensamento de seus membros mais pragmático e menos emocional.
Rauth, o líder do clã (como os Iron Hands chamam suas companhias de combate), é notificado por seu chefe bibliotecário (um marine capaz de usar poderes psíquicos) que o inimigo está tentando enfraquecer o véu da realidade e causar uma invasão de demônios no planeta. É nessa ameaça que um dos melhores aspectos do livro é trabalhado. Wright apresenta uma antiga rivalidade dos Iron Hands que data desde a Heresia de Horus (a principal guerra civil do Império), e mostra como o chapter se transformou desde seus tempos como legião.
O autor também trabalha muito bem a alienação dos membros do Império. Em Warhammer não existem mocinhos, até os protagonistas da história cometem atrocidades em nome de suas doutrinas. Wright consegue guiar o leitor energeticamente ao longo das batalhas do livro, tanto dos humanos normais que caminham em direção a uma missão suicida, quanto no embate entre seres quase divinos. A pluralidade de personagens traz diferentes perspectivas que enriquecem a imersão e faz com que o mundo da obra se torne, em algum grau, familiar.
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À medida que seus personagens se deparam com a vacuidade das próprias ambições e fantasias, Lynch nos sussurra uma terrível verdade: o sonho americano já se tornou o pior dos pesadelos.