TÍTULO ORIGINAL: Consecration| Ano de Produção 2021 | Ano de Lançamento 2023 | EUA, Reino Unido
DIREÇÃO: Christopher Smith
ELENCO: Jena Malone, Danny Huston, Ian Pirie, Janet Suzman, Thoren Ferguson
ROTEIRO: Christopher Smith e Laurie Cook
DURAÇÃO: 90 minutos
DISTRIBUIÇÃO: Imagem Filmes
SINOPSE: Grace (Jena Malone), uma jovem oftalmologista, é chamada para ir até um remoto convento na Escócia após receber a notícia do suposto e misterioso suicídio de seu irmão, que era padre naquela localidade. Desconfiando dos relatos da Igreja, a cética jovem inicia uma investigação por conta própria para tentar descobrir o que realmente aconteceu, com a ajuda do carismático padre Romero (Danny Huston), enviado pelo Vaticano. Ao mesmo tempo em que ela explora as circunstâncias da morte do seu irmão e o local dos acontecimentos, Grace se vê em meio a uma grande trama de assassinatos e sacrilégios. O que ela não esperava era descobrir verdades perturbadoras sobre o seu passado ao tempo em que precisa lidar com uma conspiração de séculos que colocará a prova sua própria incredulidade.
RESENHA:
Não é nenhum tipo de implicância, mas o tempo e a dada experiência apreciando respectivamente o desenvolvimento de trabalhos nos campos de Direção e Roteiro tem provado notoriamente que “panela que muitos mexem não toma tempero”, como diria o velho e sábio ditado popular. O que quero dizer com isso, o diretor deste filme também se arvora a trabalhar no roteiro. Escrito e dirigido por Christopher Smith,e roteirizado ao lado de Laurie Cook, a trama acompanha Grace (Jena Malone), uma jovem oftalmologista, cética,de poucos amigos e vive uma vida um tanto quanto monótona e deprimente devido a alguns acontecimentos do seu passado. Um dia, ela recebe uma misteriosa ligação na qual é chamada a um convento na Escócia, onde o seu irmão supostamente cometeu suicídio.
O filme apresenta até uma razoável fotografia, na medida que traz a perspectiva sombria que existe nos simbolismos do próprio catolicismo. A imponência do Convento, associando sua grandeza ao cenário tétrico e por vezes desolador daquele local se tornariam um magnifico elemento a ser mais bem explorado na trama. O Convento, por si só já seria um interessante “personagem”, dentro da obra, como vimos acontecer no filme “O Iluminado” (1980), referente a forma como o Hotel é representado, só que não. Infelizmente temos aqui um filme insosso. A trama é sofrível quando tenta aos poucos revelar as circunstâncias que envolvem a vida de Grace e seu irmão, mas parece que a cada passo dado na tentativa de enriquecer esses personagens acaba esbarrando em situações e conceitos vazios, literalmente inexistindo um “fio da meada”, tornando evidente a pobreza da narrativa e dos arcos dramáticos que tinham algum potencial no contexto da obra.
Com isso, o filme consegue se tornar altamente frustrante na medida em que busca soluções alternativas para cenários do horror, mas acaba não entendendo o próprio tom e os conceitos que têm em mãos. Ser uma história que deixa certos aspectos para a imaginação do público não é nenhum problema, quando objetivamente o roteiro tem competência para cumprir suas etapas evolutivas dentro da narrativa, como vemos em filmes como “O Sexto Sentido” (1999), “Os Outros” (2001) e “A Ilha do Medo” (2010). Fato é que o maior problema deste filme é parecer uma longa e monótona introdução de 80 minutos para um conceito que dentro do longa nem parece ter muita importância, transformando a experiência do filme em si em algo descartável e como dito “insosso”, sem graça.
Confesso que ao lado de A Primeira Comunhão esse tenha sido o filme de suspense/terror cuja história tenha sido mais mal aproveitada, lançado neste ano, sobretudo por envolver elementos emblemáticos do imaginário ocidental comum.
Por fim, as parcas e superficiais situações envolvendo os dilemas da protagonista, do padre Romero e das freiras com quem interage vai perdendo maior naturalidade até chegar em uma conclusão que parece transformar o filme em alguma outra coisa, falando de história, de tom e de gênero totalmente diverso do proposto, como se em 05 minutos todas as revelações possíveis e imagináveis pudessem vir a tona na tentativa (diria que desesperada) de tentar salvar o tão esperado “fio da meada” que se esperava durante todo o longa. O filme é confuso, sem harmonia no roteiro, medíocre e esquecível.
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"Não! Não Olhe!" traz Jordan Peele flertando com uma mescla de terror e ficção científica.